Como, e por que unir o Pilates e Hipertrofia?
Nos últimos anos, notou-se um aumento na busca de pessoas que visam a hipertrofia muscular para melhoria de sua aparência física. Nesse mesmo período houve uma disseminação do método Pilates.
Entretanto, as pessoas buscam várias práticas corporais em busca do corpo ideal, e quando focamos na hipertrofia muscular em sua grande maioria, as pessoas ainda buscam preferencialmente academias de musculação para realizarem esse tipo de treinamento.
Entretanto, como o mesmo processo de Hipertrofia muscular ocorre no Pilates? O Pilates e Hipertrofia pode ser ou é mais eficiente que a musculação?
Sobre a Hipertrofia Muscular
A hipertrofia muscular é um processo adaptativo, no qual ocorre o aumento da área transversal da fibra. Ou seja, é o aumento do diâmetro do músculo devido a sobrecarga exercida sobre o mesmo.
Dessa forma, a hipertrofia auxilia no ganho de força, resistência, melhora da postura, aumento da capacidade do músculo em acumular nutrientes e consequentemente melhorando a aparência física tão desejada.
Coutinho et.al. (2012) diz que o músculo é um órgão secretor hormonal capaz de produzir fatores de crescimento hormonal como o IGF e MGF (insuline e mechanic grow factor) quando submetido a contração sub-máxima, havendo assim a ativação de células satélites musculares que através de processos moleculares promovem a síntese proteica, o que gera aumento do volume muscular o qual definimos como hipertrofia.
Ainda, cada estímulo gerado sobre o músculo gerará ganho de massa muscular, entretanto existem formas mais eficientes que melhoram o desempenho do ganho de massa muscular, como por exemplo, a musculação.
Pilates e ganho de massa Muscular
O Pilates auxilia no ganho de massa muscular, entretanto este não é o objetivo principal do método. O mesmo baseia-se em seis princípios: concentração, centralização, fluidez, respiração, precisão e controle.
Diante de tal exposto o Pilates trabalha com todo o corpo através dos seus princípios. Consequentemente ocorre o ganho de massa muscular, mas, de forma lenta em comparação a outros exercícios.
Em um estudo realizado por Miranda e Moraes (2009) que objetivou verificar as mudanças na composição corporal e flexibilidade em indivíduos adeptos ao método Pilates, observou-se que não houve melhoras significativas nas alterações da composição corporal, no entanto nos testes de flexibilidade houve um grande aumento.
Os testes tiveram duração de vinte e quatro sessões em torno de dois meses, com duas mulheres saudáveis, com idade de 20 e 25 anos, as quais foram avaliadas através da bioimpedância e testes de flexibilidades.
No estudo desenvolvido por Nogueira et al. (2014), analisou-se as adaptações neuromusculares e composição corporal de dez adultos jovens de ambos os sexos.
Foi-se utilizado uma balança com graduação de 100g e um estadiômetro portátil com precisão de 1,0mm para a massa corporal. Já para as dobras cutâneas utilizou-se um plicômetro com leitura de 0,5mm, e para resistência muscular localizada selecionou-se três testes.
Após análise dos resultados os pesquisadores concluíram que as medidas da composição corporal não tiveram diferença, porém as medidas de desempenho obtiveram diferença significativa.
Sendo assim, podemos concluir que o Pilates auxilia no ganho de massa muscular, entretanto, como dito anteriormente por não ser o objetivo principal do método, esse ganho de massa muscular ocorre mais devagar, quando focado na estética do praticante.
Porém se analisarmos indivíduos idosos sedentários com sarcopenia que iniciam a prática o método Pilates, após poucos meses, é notável o ganho de massa muscular e melhorias na vida diária dos mesmos. O que torna o ganho de massa muscular significante a estes indivíduos.
Diante de tais expostos, podemos refletir que ao analisarmos distintas realidades e objetivos dos indivíduos adeptos do método Pilates o ganho de massa muscular pode ou não ser significante.
Pilates e Hipertrofia Muscular
Como dito anteriormente o foco principal do método Pilates não está em ganho de massa muscular assim como a hipertrofia muscular, no entanto o método auxilia no ganho.
Segundo Coutinho (2012), os exercícios do método são executados em padrões motores em amplitude máxima, o que consequentemente sugere a estimulação mecânica na junção miotendínea, promovendo assim a hipertrofia longitudinal.
Ainda, há a realização de contrações sub máximas, as quais devem estimular a produção de MGF (insuline e mechanic grow fator) promovendo a hipertrofia radial.
Mendonça (2015), afirma a importância de entendermos o processo da hipertrofia muscular, além da realização de um programa de exercícios resistidos elaborados que visam esse objetivo.
Dessa forma o aumento da massa muscular ocorrerá se for promotor primários de três fatores:
- Elevada Tensão Mecânica
- Relativo Dano Muscular
- Estresse Metabólico
A autora afirma ainda que tanto a musculação quanto o Pilates e Hipertrofia, assim como outro exercício resistido podem promover essas adaptações no indivíduo praticante.
Pilates X Musculação
O Pilates e a Musculação trabalham ganho de força, flexibilidade, condicionamento e entre outras melhorias físicas, porém de formas distintas.
Na Musculação o praticante estará trabalhando com carga (pesos) submáxima, gerando hipertrofia do músculo, que é o aumento da massa muscular.
No Pilates utiliza-se como resistência molas e/ou o próprio peso corporal, resultando no aumento da força, gerando assim um ganho de definição e aumento leve de hipertrofia, como explicando anteriormente.
Ainda, o Power House, assim como a respiração também são princípios fundamentais do Pilates, e é trabalhado em todos os exercícios.
Já na musculação, conhecido popularmente como CORE é possível trabalhar a força desse grupo muscular na execução de outros exercícios, assim como braço.
E de forma localizada alguns destes músculos (abdominais, paravertebrais) separadamente, entretanto outros como diafragma e músculos do assoalho pélvico raramente são trabalhados na musculação (Pripas, 2013).
Bruce (2016) afirma que no Pilates é trabalhado mais “fortemente o equilíbrio, coordenação, flexibilidade, melhora da respiração e mais força com menos volume muscular, enquanto que na Musculação trabalha-se mais volume muscular rapidamente, há uma maior beneficio ósseo, e um fortalecimento de grupos musculares específicos”.
O Pilates trabalha músculos mais específicos, os quais não são trabalhados na musculação. São músculos pequenos, na maioria das vezes profundos e altamente resistentes.
Na Musculação treina-se os grandes grupos musculares, localizados superficialmente. Promove o aumento da massa muscular relativamente em pouco tempo. A musculação, em geral, treina grandes grupos musculares com objetivo de hipertrofia muscular com aumento da força ou de resistência muscular.
A partir de tais expostos, consideramos que ambas práticas possuem suas especificidades. É válido ressaltar que ao focarmos ganho de massa muscular, e consequentemente, hipertrofia muscular, em um curto período de tempo para ganho estético a musculação se sobressai, devido seu treinamento com cargas.
Exercícios de Pilates e Hipertrofia
Aos prescrevermos exercícios de Pilates e hipertrofia muscular, precisamos ter claro que nosso paciente deverá ser submetido a contrações submáximas, que terá aquela sensação de queimação (ácido láctico), gerando assim o estresse muscular e uma nova adaptação ao músculo.
Além do nível de concentração alto, para maior recrutamento de músculos (contração muscular) e da respiração na execução de um determinado exercício, precisamos ter amplitude máxima de movimento.
Dessa forma acredito ser possível trabalhar qualquer exercício do método Pilates e Hipertrofia muscular, sendo estes exercícios específicos ou não. Devemos levar em conta a individualidade do nosso paciente.
Dicas para quem busca Hipertrofia Muscular
Acredito que o indivíduo que busque o trabalho de hipertrofia muscular deva intercalar o treinamento de musculação com o método Pilates.
Isso pois ambos trazem consigo grandes benefícios que vão além da estética ao indivíduo.
Ainda, deve-se avaliar o estado de saúde do indivíduo, assim como objetivos e perfil do mesmo.
Concluindo…
Pode-se concluir após a breve pesquisa sobre o tema que o Pilates auxilia no ganho de hipertrofia muscular em seus adeptos, principalmente se for associado com a musculação.
Entretanto, deve-se visar objetivos individuais do aluno assim como a individualidade do mesmo, para que seja elaborado um trabalho que vise o bem estar completo do corpo e mente, não somente do estético.
Dessa forma, podemos dizer que Pilates e Hipertrofia é uma ótima união para àqueles que desejam obter esse resultado.
Referências Bibliográficas
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BRUCE, Carlos. Pilates ou musculação: o que é melhor?. Tua Saúde, 2016. Disponível em : <https://www.tuasaude.com/pilates-ou-musculacao-o-que-e-melhor/ >
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COUTINHO, Eliane. Pilates e sua repercussão na Hipertrofia muscular. Unidade de Gestão e Formação. Texto digital, 2012. Disponível em: <http://www.posugf.com.br/noticias/todas/1671-pilates-e-sua-repercussao-na-hipertrofia-muscular >
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HORA do Treino. Hipertrofia Muscular – Aumentando força e volume muscular. Texto Digital. Disponível em: <https://horadotreino.com.br/a-hipertrofia-muscular/>
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MELONI, Victor Hugo Maciel. O papel da hiperplasia na hipertrofia do músculo esquelético. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desenvolvimento Humano, 2005. Disponível em: <http://rscpersonal.xpg.uol.com.br/Download/hipertrofia.pdf>
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MENDONÇA, Aline. É possível “ganhar” massa muscular no Pilates?. Revista Pilates, 2015. Disponível em: <http://revistapilates.com.br/2015/07/24/e-possivel-ganhar-massa-muscular-no-pilates/>
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MIRANDA, Larissa Brunet de; MORAIS, Paula Daniely Costa de. Efeitos do Método Pilates sobre a composição corporal e flexibilidade. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício. São Paulo, v.3, n.13, p.16-21.Jan/Fev. 2009. Disponível em: <file:///C:/Users/Roberta/Downloads/Dialnet-efeitosDoMetodoPilatesSobreAComposicaoCorporalEFle-4923277.pdf>
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NOGUEIRA, Tatiane Roberta Burttati; OLIVEIRA, Glauber Lameira de; OLIVEIRA, Talita Adão Perini de; PAGANI, Mário Mescenas; SILVA, João Rafael Valentim. Efeitos do método Pilates nas adaptações neuromusculares e na composição corporal de adultos jovens. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo, v.8, n.45, p.296-303. Maio/Jun. 2014. Disponível em: <file:///C:/Users/Roberta/Downloads/Dialnet-EfeitosDoMetodoPilatesNasAdaptacoesNeuromusculares-4923225.pdf >
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PRIPAS, Denise. Pilates X Musculação. Texto digital, 2013. Disponível em: <http://fisioterapiadenisepripas.blogspot.com.br/2013/04/pilates-x-musculacao.html>
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REVISTA Pilates. Pilates x Musculação. Texto digital, 2014. Disponível em: <http://revistapilates.com.br/2014/08/16/pilates-x-musculacao/>
Ótimo post, boas informações, adorei
Muito bom o artigo! parabéns!
Olá! Primeiramente ótimo artigo, também venho estudando sobre aplicar o pilates juntamente com a prática do jejum intermitente pois acredito ser uma combinação perfeita, para mim que estou iniciante ao invés de parti direto para exercícios físico na academia.
Bom dia!
Excelente todas as explicações deste site. Gostaria se puder me informar se no meu caso ( mesmo nao sentindo dor nenhuma) minha idade “60 anos” posso fazer musculação?
Ótimo texto! Fundamentado, e muito esclarecedor. Se for aliado com jejum intermitente, tem mais eficácia nos exercícios?
Para alcançar a hipertrofia, qual seria a média semanal de frequência na musculação e no Pilates?
Olá! Ótima explicação, tirou todas as minhas dúvidas.