As doenças crônicas, segundo a Portaria nº 483, de 1º de abril de 2014, são aquelas que apresentam início gradual, com duração longa ou incerta, que, em geral, apresentam causas múltiplas e cujo tratamento envolve mudanças de estilo de vida, em um processo de cuidado contínuo que, geralmente, não leva à cura.
O tratamento das doenças crônicas geralmente envolve o controle dos sintomas, a prevenção de complicações, a adoção de mudanças no estilo de vida, como dieta saudável, atividade física regular e abandono do tabagismo, além do uso de medicamentos quando necessário.
O cuidado com as doenças crônicas também pode envolver o acompanhamento regular com profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e nutricionistas, a fim de gerenciar e controlar a condição de forma eficaz.
No Pilates, as doenças crônicas mais comuns que surgem para atendimento são a fibromialgia, o lúpus e a artrite. Vamos conhecê-las de forma resumida? Boa leitura!
O que são as doenças crônicas?
As doenças crônicas são condições de saúde que persistem por longos períodos ou ao longo da vida de uma pessoa. São características por apresentarem um início gradual, duração prolongada ou incerta, e geralmente não possuem cura definitiva.
As doenças crônicas são frequentemente progressivas e podem exigir cuidados e gerenciamento contínuo.
Diferentemente das doenças agudas, que surgem rapidamente e têm uma duração limitada, as doenças crônicas podem persistir por meses, anos ou até mesmo durante toda a vida.
Elas são geralmente complexas e podem ter causas múltiplas, envolvendo fatores genéticos, ambientais, comportamentais e de estilo de vida.
Exemplos comuns de doenças crônicas incluem diabetes, doenças cardíacas, hipertensão arterial, doenças respiratórias crônicas como a asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), doenças renais crônicas, artrite, doenças neurológicas crônicas, como a doença de Alzheimer, e vários tipos de câncer.
Os 3 tipos de doenças crônicas mais atendidas em Studios de Pilates
1. Fibromialgia
É uma síndrome clínica que se manifesta com dor no corpo todo, principalmente na musculatura.
Junto com a dor, surgem os sintomas de fadiga, sono não reparador (a pessoa acorda cansada) e outros sintomas como alterações de memória e atenção, ansiedade, depressão e problemas intestinais.
Uma característica da pessoa com fibromialgia é a grande sensibilidade ao toque e à musculatura da musculatura.
2. Lúpus Eritematoso Sistêmico
É uma doença inflamatória crônica de origem autoimune (o próprio organismo ataca órgãos e tecidos). Principais sintomas:
- Lesões de pele. As mais características são lesões avermelhadas em maçãs do rosto e dorso do nariz;
- Dor e alongamento, principalmente nas articulações das mãos;
- Inflamação de pleura ou pericárdio (membranas que recobrem o pulmão e o coração).
3. Artrite
É a inflamação das articulações. Em sentido amplo, é o conjunto de sintomas e sinais resultantes de lesões articulares produzidas por diversos motivos e causas.
Os principais sintomas da artrite são:
- Dor articular;
- Restrição do movimento das articulações;
- Inflamação e edema (inchaço) articular;
- Calor e vermelhidão da pele ao redor da articulação.
Você pode observar através desses conceitos que o portador de qualquer uma das doenças crônicas citadas vive uma inconsistência diária. As dores variam tanto de intensidade quanto de localização sem um padrão.
Então, como fisioterapeuta, você precisa estar sempre atento a essas mudanças – e ainda ter uma gama de exercícios preparados, pois muitas vezes a queixa é não saber localizar a dor (porque o indivíduo já sente em tantos locais diferentes que não consegue identificar a localização exata).
É um tipo de paciente em que é necessário a criação de um vínculo maior comparado aos não-crônicos.
É preciso compreender que as doenças crônicas citadas não têm cura e que seu papel profissional será o de amenizar os avanços da síndrome e proporcionar qualidade de vida ao indivíduo dentro das oscilações que ele apresenta.
Mas também o contrário tem que ser observado: existem pacientes com os sintomas estabilizados, então não há mal algum em você desafiá-lo – dentro de uma margem de segurança.
Realize uma avaliação antes das aulas
Avalie seu paciente e reavalie também. Individualize suas aulas, pense no seu paciente como um indivíduo e não como um conceito de doença. Sempre que possível, gosto de incluir síndromes crônicas no mesmo horário.
Observe que os alunos interagem entre si, trocam experiências e se incentivam o tempo todo.
Sentir dor de forma crônica torna-se mentalmente pesado ao longo do tempo e se você puder proporcionar esse momento de leveza através da interação, tenho certeza de que seu paciente sairá realizado e endorfinado em sua aula.
Ao atuar com saúde, você sabe que sempre precisará trabalhar de forma multidisciplinar. Com esse tipo de paciente, é necessário manter contato com médicos reumatologistas e traumato-ortopedistas, mas o profissional com quem eu percebo que mais precisam ser atendidos é o psicólogo.
É normal o paciente oscilar entre bons e maus momentos. Mas sabemos que os declínios podem interferir na evolução física do portador da síndrome.
Portanto, o fisioterapeuta tem o dever de indicar tratamento psicológico e sempre que possível estar em contato com o profissional para que os resultados sejam sempre os mais nutritivos para o paciente, tanto em sua saúde física quanto mental.
É necessário também ressaltar que o profissional de fisioterapia tem que ter em mente que não é o seu tratamento que não está surtindo efeito, mas sim que o quadro clínico dessas doenças crônicas tende sempre a ter oscilações e seu papel será necessário tanto nos momentos de exacerbação dos sintomas quanto nos mais amenos.
Conclusão
Incentive, acolha e entenda o seu paciente. Ter um diagnóstico não é fácil, ainda mais para um paciente preocupado sem possibilidade de cura. A psicologia da doença reflete em todos os sentidos da vida do portador. Seja alguém que o aluno veja como um conforto e alento.
Aqui não há melhor função profissional do que promover qualidade de vida. E acredite, agradecer que esses pacientes tragam é imensurável.