Não é segredo que a atividade física é benéfica para o corpo e a mente, mas somente esse argumento ainda não é satisfatório, pois segundo dados do IBGE, mais da metade da população brasileira, ainda é sedentária.
Em contrapartida, somos o país que detém o 2º lugar como maior do mercado em número de estabelecimentos de ginástica, segundo a IHRSA GLOBAL REPORT.
Também não é segredo que parte da população fisicamente ativa, sua minoria, está cada vez mais diversificada e crítica, e adentram as academias buscando o corpo perfeito (apenas isso em grande maioria). Contudo, esquecem-se de que não só de corpo perfeito vivemos!
Então, onde está o erro? O que estamos fazendo de errado, mesmo que inconscientemente? O que poderia ser acrescentado às eficientes técnicas de condicionamento físico, atualmente existente?
Condicionamento Físico
O segredo é torná-las além de eficientes, eficazes.
E para contribuir com isso, contamos com o Método Pilates na Academia, ou MAT Pilates (exercícios aplicados sem os aparelhos, no solo), que chega como mais uma ferramenta de trabalho na busca por uma maior eficiência nos resultados do treinamento.
Isso se faz necessário porque, geralmente as buscas das atividades estão pautadas em alguns blogueiros fitness, que ditam as modinhas de atividade física, e na sua grande maioria os treinos sempre são com cargas e velocidades altíssimas.
Essa intensidade deixa passar despercebido possíveis erros de execuções.
Tanto aluno, como alguns professores, esquecem-se da preparação para as atividades mais pesadas, esquecem do devido fortalecimento para que o corpo não tenha lesões nas atividades, deixando de valorizar as atividades de preparação e adaptação do corpo, atividades essas que envolvem a ativação neuromuscular. Por isso a importância do Pilates na Academia.
Sistema Neuromuscular
O organismo funciona como um todo indissolúvel, onde todos os sistemas estão relacionados. Isto pode ser observado, por exemplo, quando se analisa a contribuição dos diversos sistemas biológicos no consumo de oxigênio.
Neste caso, entende-se que cada sistema orgânico (cardiovascular, respiratório e muscular) possui participação distinta, porém integrada durante o exercício físico. Desta forma, entende-se que a aplicação de um estímulo físico pode priorizar o desenvolvimento de um sistema específico, mas acaba por influenciar outros sistemas.
- Sistema Muscular é o conjunto de músculos que nos permite movimentação do esqueleto, produção de calor, postura e sustentação do corpo.
- Sistema Nervoso é a parte do organismo que transmite sinais entre as diferentes partes do corpo e coordena suas ações voluntárias e involuntárias.
- Sistema Neuromuscular nada mais é do que a interação o sistema nervoso e sistema muscular. O mecanismo de contração muscular tem início no sistema nervoso, liberando neurotransmissores que melhoram as formas de recrutar as unidades motoras (Léo Paiva Montenegro), gerando adaptações neurais que tem a função de sincronismo nesse recrutamento, proporcionando maior frequência de disparos nos impulsos nervosos, e consequentemente melhorando o gesto motor, aumentando a coordenação motora inter e intramuscular.
A ativação neuromuscular (termo mais usado na fisioterapia) é um dos fatores que determinam a efetividade de um exercício, tanto para o aumento muscular, quanto para a tonificação desse músculo. (Alexandre Alves)
Então quanto maior o envolvimento de cada um desses sistemas (nervoso e muscular) em um exercício, quanto mais este exercício requisitar esses sistemas, mais ativação neuromuscular ele irá trazer.
Método Pilates
O método Pilates surgiu em 1920 desenvolvido pelo alemão Joseph Pilates, e tem como base o conceito da contrologia, ou seja, o controle consciente de todos os movimentos musculares do corpo. Segundo Joseph o método é contido na aplicação de seis conceitos fundamentais e básicos:
- Respiração
- Centro (Power-house)
- Controle
- Precisão
- Fluidez
- Concentração
Falemos da concentração. Segundo Joseph, é a mente que guia o corpo. Deve-se dar atenção e importância a todas as partes do corpo para que o movimento seja realizado com a maior eficiência possível.
Sempre haverá mais de um aspecto a ser pensado ao mesmo tempo.
O método Pilates não envolve apenas exercícios e não é apenas uma escolha aleatória de movimentos específicos. (Isacowitz e Clippinger).
O método Pilates é um sistema de condicionamento físico e mental que pode melhorar a força física, a flexibilidade e a coordenação, bem como reduzir o estresse, melhorar o foco mental e promover uma melhor sensação de bem-estar.
O método ajuda também a restaurar a boa postura, alinhamento vertical do corpo, corrigindo os desequilíbrios musculares, melhorando a flexibilidade e fortalecendo os músculos posturais.
Os exercícios de Pilates podem ser desenvolvidos de duas maneiras: com equipamentos específicos, ou sem equipamentos, no solo, esse último também conhecido como MAT Pilates. (Luz, et al, 2014)
Atividades de Academia
As pessoas procuram uma academia de ginástica por diversos motivos:
- Tonificar os Músculos
- Emagrecer
- Perder aquela gordurinha
- Entre Outros
Contudo, muitos se esquecem – ou não se preocupam – com os aspectos voltados para a saúde, como a diminuição do diabetes, do colesterol e da hipertensão.
Ao iniciarem um programa de treinamento físico, procuram sempre a musculação e/ou as atividades aeróbias de alto impacto (aulas aeróbias, estimuladas pela música, com seus movimentos rápidos), e esquecendo-se o corpo precisa de tempo para se adaptar à nova rotina, por isso a necessidade do Pilates na Academia.
Isso é um erro grave e deve ser alertado!
É aí que entra o MAT Pilates (atividades oferecidas pelas academias). Pois este método foi desenvolvido com um objetivo holístico de:
a) Possibilitar que o praticante se exercite de modo funcional, sempre atento a todos os movimentos.
b) Proporcionar boa forma física para sustentar o corpo, fortalecendo-o para realizar os movimentos do cotidiano.
c) Propiciar controle e nível de atenção que transcendem apenas o físico (Catherine Royce).
O MAT Pilates é a atividade mais recomendada para aquisição e enriquecimento da consciência corporal, além de relaxar e alongar a musculatura.
Porque incluir o Pilates na Academia?
Agregar o Pilates na academia, seria uma forma de preparar o corpo, aumentando a consciência corporal, de forma a contribuir para que seus praticantes evitem as lesões e dores oriundas de seus treinamentos feitos de forma inconsciente!
Além disso, e dos benefícios terapêuticos já conhecidos do método, o MAT Pilates, pode também, ser uma alternativa às pessoas que não gostam muito de “passear” pela sala de musculação.
O Pilates é um sistema diferente dos convencionais, pois trata o corpo como um todo. Em vez de trabalhar apenas abdômen, tríceps ou os glúteos, se praticado corretamente, ativa todo o corpo, proporcionando e aumentando o repertório motor, e a ativação neuromuscular.
Concluindo…
Para se constatar os resultados, basta permanecer na porta da sala de ginástica ao final de uma aula de MAT Pilates na Academia e ouvir os participantes declarando seu amor ao método.
Os depoimentos relatam desde diminuição e até exclusão total de dores na coluna, além de a melhora do sono até a redução de medidas e aumento da autoestima!
Para finalizar, vale ressaltar que este método:
- Desenvolve o Corpo Uniformemente
- Corrige Posturas Erradas
- Restaura a Vitalidade Física
- Revigora a Mente
- Eleva o Espírito – conforme esclarece o Fundador do Método
E aí? Vale ou não a pena ter Pilates na academia?
Referências Bibliográficas
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http://www.valor.com.br/brasil/4971304/ibge-maioria-dos-brasileiros-e-sedentaria-partir-da-adolescencia
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https://exame.abril.com.br/revista-exame/brasil-ja-e-um-dos-maiores-mercados-fitness-do-mundo/
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https://www.webartigos.com/artigos/sistema-neuromuscular/72580
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http://acafitness.blogspot.com.br/2012/01/maxima-ativacao-neuromuscular-o-segredo.html
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Royce, Catherine. Pilates é fácil. Ed.Marco Zero, 2012.
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Isacowitz, Rael; Clippinger, Karen. Anatomia do Pilates. Ed. Manole. Barueri, SP. 2013.
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Luz, Mauricio Antonio da, et al. Eficácia de Mat Pilates baseados em equipamentos em pacientes com dor lombar não específica crônica: uma experimentação controlada aleatória. Rev.Fisioterapia, volume 94, Edição 5, 1 de maio de 2014, pags. 623-631.
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https://doi.org/10.2522/ptj.20130277