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Muito comum nos Studios de Pilates, as lesões e patologias dos membros superiores trazem grandes consequências e limitações nas atividades funcionais das pessoas acometidas, seja por um trauma ou por esforços repetitivos.

Quando o instrutor se depara com um aluno que vem para seu Studio em busca da continuidade de sua reabilitação, é natural ficar na dúvida sobre como elaborar um plano de exercícios adequado, que respeite cada quadro clínico e cada tipo de patologia.

Dentre os inúmeros exercícios que o Método Pilates propõe, existem aqueles que são adaptados clinicamente, ou seja, respeitam a individualidade de cada paciente e a fase de dor e lesão em que ele se encontra.

Continue lendo esta matéria e conheça as principais lesões e patologias dos membros superiores e como o Pilates pode auxiliar na reabilitação.

Principais lesões e patologias dos membros superiores

1. Síndrome do impacto

Entre as lesões do ombro que provocam dor e comprometimento funcional, a Síndrome do impacto merece atenção.

Refere-se a condição patológica em que ocorre a irritação do tendão do supraespinhoso, secundária a uma abrasão em sua superfície pelo terço anterior do acrômio. É uma patologia tanto de origem inflamatória quanto degenerativa, causada por um impacto mecânico ou compressão das estruturas localizadas no espaço umerocoraco acromial.

Pode ser dividida por fatores intrínsecos e extrínsecos.

As causas incluem:

  • Lesão degenerativa;
  • Tendinites;
  • Idade;
  • Uso excessivo do membro;
  • Posição e/ou postura inadequadas.

Já o quadro clínico varia de acordo com o grau de evolução da patologia. Os mais comuns são:

  • Dor;
  • Hipermobilidade da cápsula anterior do ombro;
  • Rotação interna limitada;
  • Frouxidão ligamentar generalizada da articulação glenoumeral.

2. Instabilidade glenoumeral

A instabilidade glenoumeral tem como causa primária uma ruptura ou excessiva flacidez no complexo capsuloligamentar, fratura avulsão da glenóide, ruptura do manguito rotador e lesão na inserção do bíceps braquial, porção longa.

O mecanismo de lesão responsável pela instabilidade glenoumeral ocorre por queda com o braço em abdução e rotação externa, trauma direto através de impacto violento, ou, quando o braço é tracionado para uma hiperextensão. Esta instabilidade, se não tratada, pode causar artrose, rupturas ligamentares

3. Capsulite adesiva

Também conhecida como ombro congelado, é uma condição idiopática do ombro, caracterizada pelo início espontâneo de dor, que evolui para a restrição dos movimentos da articulação glenoumeral.

A doença possui três fases:

  • Congelamento;
  • Estado congelado;
  • Descongelamento, ocorrendo na cápsula articular da glenóide, de forma espessa, inelástica, ocasionando a perda dos movimentos ativos e passivos da articulação.

O quadro clínico caracteriza-se por dor mal localizada no ombro, tendo início espontâneo, ou seja, geralmente é causada sem qualquer história de trauma. A dor torna-se muito intensa, mesmo em repouso e, durante a noite, sua intensidade costuma diminuir. A mobilidade do ombro torna-se limitada em todos os planos de movimento e tem uma característica de bloqueio dos movimentos de rotação interna e externa.

4. Epicondilite lateral

É uma inflamação dos tendões localizados na região do epicôndilo lateral, mais precisamente na origem dos supinadores do antebraço, extensores radiais do punho e dedo.

Conhecido como cotovelo de tenista, é caracterizado por uma síndrome dolorosa, na qual indivíduos entre a quarta e quinta década de vida são acometidos.

Entre as causas, a sobrecarga é considerada como o principal fator do mecanismo de lesão e também os esforços repetitivos.

No quadro clínico são encontradas:

  • Dor localizada na região do antebraço e do cotovelo com piora ao segurar alguns objetos;
  • Sensibilidade presente no epicôndilo lateral e, às vezes, com dor irradiada para o antebraço;
  • Dor agravada pela forte preensão palmar;
  • Diminuição da força de preensão dos extensores devido à estabilização do punho durante a ação;
  • Dor com estiramento passivo dos músculos palmares do antebraço;
  • Calcificação tendínea na radiografia (em muitos casos).

5. Síndrome do túnel do carpo

O túnel do carpo é um espaço entre os ossos do carpo na região dorsal e o retináculo flexor na região palmar. Os tendões flexores extrínsecos dos dedos e o nervo mediano movem-se através deste túnel.

A Síndrome é definida pela perda sensorial e fraqueza motora que ocorrem quando o nervo mediano é comprometido no túnel do carpo e qualquer coisa que diminua o espaço dentro dele pode comprimir ou restringir a mobilidade do nervo, causando uma lesão por compressão ou tração e, assim, gerando sintomas neurológicos distais ao punho.

Os sintomas mais comuns incluem:

  • Dor na mão com uso repetitivo;
  • Fraqueza e atrofia muscular;
  • Perda sensorial no caminho do nervo mediano;
  • Diminuição na mobilidade do punho.

Todos estes sintomas podem acarretar em diminuição da preensão, principalmente em atividades que requerem coordenação motora fina e restrição de atividades que necessitam do movimento do punho como por exemplo digitação, uso de celulares e outros.

6. Síndrome do túnel de Guyon

É a lesão ou irritação do nervo ulnar no túnel formado pelo retináculo flexor, ligamento palmar do carpo e osso pisiforme.

As causas mais comuns são:

  • Formação de cisto sinovial, em decorrência a processos inflamatórios recidivos;
  • Traumas;
  • Pressão sobre a região hipotênar;
  • Fraturas;
  • Alterações sistêmicas.

Os sintomas mais comuns incluem:

  • Déficits sensoriais com parestesia do 4º e 5º dedos;
  • Sintomas motores envolvendo eminência hipotênar;
  • Fraqueza e atrofia dos músculos;
  • Retração dos músculos flexores e extensores extrínsecos dos dedos;
  • Hipomobilidade do pisiforme.

7. Tenossinovite e tendinite

Essa patologia ocorre em decorrência de processos inflamatórios pelo uso contínuo ou repetitivo do músculo envolvido, dos efeitos da artrite reumatóide e sobrecargas na região.

Dentre o grupo de tenossinovites temos a de Quervain, lesão decorrente do acometimento dos tendões do abdutor longo e extensor curto do polegar, com espessamento da bainha. Movimentos repetitivos do polegar e punho com desvio radial forçado podem desencadear esta patologia como, por exemplo, pessoas que ficam horas escrevendo e digitando, manicures e outras profissões que utilizam o polegar e o punho.

A contratura de Dupuytren é uma inflamação e contratura da aponeurose palmar com incidência maior em homens em torno dos 50 anos. Com o tempo, a inflamação e o espessamento diminuem, formando uma faixa fibrosa que encurta e causa contratura muscular. Esta patologia possui três fases:

  • Proliferativa: formação de nódulos na superfície palmar e regiões fibrosas;
  • Involutiva: achatamento e contração dos nódulos com retração da pele e flexão dos dedos;
  • Residual: involução completa e desaparecimento dos nódulos, permanecendo as “cordas fibrosas” reacionais, causando uma contratura em flexão palmar.

A tenossinovite estenosante provoca dedos em gatilho, causando uma inflamação no tendão flexor superficial sob a cabeça metacarpiana, impossibilitando a extensão completa dos dedos após a flexão máxima.

As causas podem ser:

  • Predisposição congênita;
  • Trauma por uso excessivo das mãos;
  • Relação com doenças reumáticas.

Os sintomas de todas elas incluem:

  • Dor, principalmente quando há contração muscular. A dor é exacerbada em atividades que utilizam os dedos, polegar e punho, podendo afetar a preensão ou os movimentos repetitivos com a mão;
  • Hiperemia, edema e sensibilidade à palpação na região inflamada;
  • Perda de força em atividades que utilizam a região comprometida;
  • Incoordenação dos movimentos.

Como o Método Pilates auxilia na prevenção das lesões e patologias dos membros superiores?

Por ser uma modalidade de exercício e tratamento que possui vários princípios inseridos dentro dos movimentos, o Pilates é uma excelente ferramenta de continuidade no tratamento da maioria das lesões e patologias que acometem os membros superiores.

O Método Pilates tem ênfase na musculatura estabilizadora e, através da concentração, da fluidez, do controle, da respiração e da precisão que são exigidos durante uma aula de Pilates.

Além disso, o reequilíbrio muscular e a melhora da postura estão presentes como resultados e inúmeros benefícios que o Pilates proporciona. O paciente conseguirá evoluir sua consciência corporal e, assim, evitará lesões e sobrecargas osteomioarticulares.

5 melhores exercícios de Pilates para membros superiores

1. Arm séries I e II no Reformer

I – Posição inicial e execução: Aluno em decúbito dorsal no Reformer com quadris e joelhos em flexão de 90 graus. As mãos seguram as alças e, em seguida, deve-se realizar a descida do braço em direção ao carrinho, estendendo os ombros com os cotovelos estendidos.

Dicas e cuidados: Ajuste a corda de acordo com a ADM e o conforto do aluno.

II – Posição inicial e execução: Mesmo posicionamento anterior. Um braço em flexão de ombro a 90 graus e o outro braço com abdução do ombro em 90 graus. Realize a extensão do ombro que está em flexão e adução do ombro que está em abdução. Os movimentos devem ser realizados alternadamente

Dicas e cuidados: Ajuste a corda de acordo com a ADM e o conforto do aluno.

2. Pulling straps no reformer

Posição inicial e execução: Com o aluno sentado no reformer, segurando as alças, os ombros devem ser flexionados em 90 graus e os cotovelos estendidos. Em seguida, deve-se realizar o movimento de “puxada” mantendo a flexão dos ombros e flexionando os cotovelos à medida que acontece o movimento.

3. Boxe no Cadillac

Posição inicial e execução: O aluno deverá estar em pé no Cadillac, segurando as alças de mão com molas leves. O aluno estará em dorsiflexão dos tornozelos, com o corpo anteriorizado e os cotovelos e os ombros em 90 graus. Na sequência, irá realizar uma extensão de cotovelo, deixando o outro em resistência e sustentando a posição inicial de 90 graus de ombro e cotovelo. Trabalhar o exercício de forma alternada.

4. Fortalecimento de deltóide no Cadillac

Posição inicial e execução: Em decúbito lateral no Cadillac, o aluno deverá apoiar-se sobre a mão, tendo o cotovelo estendido e o ombro abduzido. Os membros inferiores devem estar cruzados com os pés apoiados no estofado e será necessário segurar a alça com a mão livre estando em rotação externa de ombro. Depois, deverá realizar a abdução do ombro com o cotovelo estendido.

Dicas e cuidados: Cuidado com a hiperextensão do cotovelo e não perca o alinhamento da coluna. As escápulas devem estar conectadas para manter os ombros alinhados.

5. Rotação externa com faixa elástica

Posição inicial e execução: O aluno precisa estar sentado ou em pé, segurando a faixa elástica com os cotovelos próximos do tronco para, em seguida, realizar uma rotação externa do ombro com a resistência da faixa elástica e retornar.

Conclusão

O sucesso do tratamento e a satisfação do paciente será atingido quando o instrutor conseguir, através do seu raciocínio clínico, entender a lesão e a patologia de cada aluno, juntamente com a fase clínica em que ele se encontra.

Uma avaliação minuciosa auxiliará na escolha dos exercícios do Pilates, bem como na elaboração de um plano de tratamento adequado, refletindo assim, no bom prognóstico do paciente durante a prevenção de lesões e patologias dos membros superiores.

 

Referências

Blood TD, Morrell NT, Weiss AC. Tenosynovitis of the Hand and Wrist: A Critical Analysis Review. JBJS Rev. 2016 Mar 29;4(3):e7.

KAPANDJI, I. A. Fisiologia Articular. Volume 1. Ombro, cotovelo, prono supinação, punho e mão.6ª ed. Ed. Guanabara Koogan, 2007.

MOORE, Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2014.

NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 5ª.edição. Elsevier. São Paulo, 2011.

Prasad G, Bhalli MJ. Assessing wrist pain: a simple guide. Br J Hosp Med (Lond). 2020 May 2;81(5):1-7

BLUNER, M. Pilates nas patologias dos ombros, cotovelos e punhos.1ª edição.Ideograf, Porto Alegre, 2019.


























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