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No período da gravidez o corpo da mulher sofre diversas alterações durante a gestação, tanto hormonais quanto anatômicas que, com o passar do desenvolvimento do bebê e crescimento uterino, pode ocasionar má postura e quadros de dores.

O aumento dos níveis de estrógeno e progesterona causam quadros de constipação intestinal, distensão abdominal e náuseas. No início da gestação há uma elevação da frequência cardíaca, devido à subida de estrógeno, para suportar as alterações durante a gestação.

Há também modificações na mecânica respiratória, decorrente da elevação do diafragma que gera diminuição do volume residual pulmonar e da capacidade residual, levando a quadros de hiperventilação.

As alterações durante a gestação são um conjunto de transformações físicas e hormonais que ocorrem no corpo da mulher para sustentar o crescimento e desenvolvimento saudável do bebê. Essas mudanças são naturais e inevitáveis, e compreendê-las é fundamental para promover uma gestação saudável e tranquila. Continue a leitura para saber mais! 

3 alterações durante a gestação mais comuns no corpo da mulher

Por conta do crescimento uterino e aumento de peso, o centro gravitacional da mulher é alterado, gerando aumento de lordose lombar e da base de sustentação, influenciando também na marcha. Há também a liberação do hormônio relaxina, que causa frouxidão ligamentar.

1. Assoalho pélvico

Trabalhar o assoalho pélvico com a gestante irá abordar tanto a parte de consciência local, mobilidade de quadril e ativação da musculatura pélvica.

Ainda no 2° trimestre, entre as alterações durante a gestação, é possível notar que o aumento de peso do útero gravídico provoca uma elevação da pressão intra-abdominal, que irá sobrecarregar a musculatura pélvica e impactar diretamente no funcionamento da bexiga e uretra podendo ocasionar casos de incontinência urinária.

Para que a musculatura pélvica consiga sustentar esse aumento de pressão e tentar minimizar os casos de escapes urinários, o assoalho pélvico dessa gestante precisa ser fortalecido. 

Então, durante as aulas, peça para que a aluna realize a ativação local e procure uma fisioterapeuta pélvica, para fazer acompanhamento dessa região caso ela comece a sentir incômodos ou apareçam escapes de urina.

Os exercícios de mobilidade de quadril entram pensando no momento do parto, realizando movimentos de cócoras e mobilidade. Essas posições auxiliam no encaixe do bebê, na dilatação do colo e favorece a ação da gravidade em cima do útero e do colo uterino. 

Existe ainda o medo em realizar cócoras com a gestante, porém a literatura atual já nos traz que esses exercícios são funcionais e necessários, e que não irão induzir a mulher ao parto precocemente.

2. Diástase abdominal

A diástase abdominal é caracterizada pelo afastamento do músculo reto abdominal e estiramento da linha alba, que ocorre para que o abdômen da mulher distenda e acomode os órgãos reposicionados e o útero gravídico em crescimento.

Essa alteração anatômica ocorre devido ao aumento da pressão intra-abdominal proveniente do crescimento uterino, da respiração e do funcionamento visceral.

Após o parto, a diástase passa de uma condição fisiológica para uma condição patológica, se estiver acima de 3cm de comprimento 1 ano após o nascimento do bebê.

Essa disfunção trará malefícios à puérpera como má postura, incontinência urinária, dores em região de lombar baixa e fraqueza abdominal principalmente. Cientes dos problemas que a diástase apresenta, podemos iniciar um trabalho preventivo ainda durante a gestação.

3. Respiração

As alterações durante a gestação também podem afetar o diafragma. Em alguns casos, ele se encontra horizontalizado, perdendo capacidade e mobilidade, e ocasionando quadros de hiperventilação. 

As respirações durante a aula precisam ser lentas e profundas, para que essa gestante diminua as incidências de hiperventilação e quadros de ansiedade.

Qual a maneira correta de começar?

A literatura nos traz hoje que exercícios funcionais podem ser realizados no início da gestação e antes do parto, sendo necessário o acompanhamento com a gestante para não realizar movimentos de alto impacto e que alterem a frequência cardíaca e pressão arterial.

A gestante precisa trabalhar o corpo como um todo, com o peso do útero gravídico em crescimento, essa mulher vai acabar forçando a lombar baixa e ocasionar dores nesta região.

Realizar exercícios de mobilidade pélvica auxiliará no momento do parto e na consciência da região. Por isso, trabalhar movimentos de ativação abdominal e Core é um trabalho preventivo da diástase.

É de extrema importância trabalharmos o fortalecimento de membros superiores e inferiores com essa gestante, pensando na sustentação da barriga durante toda a gravidez e no período pós-parto em que ela precisará pegar o bebê e sustentar seu peso várias vezes durante o dia.

O peso do útero em crescimento irá alterar o centro de gravidade da mulher, ocasionando lordose e hipercifose da coluna vertebral, sobrecarregando grupos musculares e gerando dor.

Mas atenção! Por conta das alterações durante a gestação, sendo tanto fisiológicas quanto físicas, precisamos estar atentos à pressão arterial e a frequência cardíaca durante a realização dos exercícios em aula. 

A frequência cardíaca deve se manter moderada (até 146 bpm) e o ambiente deve ser confortável e com temperatura agradável para que a gestante não sinta calor e aumente a pressão arterial.

5 dicas de exercícios para gestantes

1. Consciência respiratória e perinealConsciência respiratória e perineal - alterações durante a gestação

Instruções: Sentada sob os pés, peça para que a paciente faça respirações profundas e lentas, o apoio do quadril nos pés fará com que ela apalpe a região e tenha percepção local. 

Podemos iniciar apenas com os exercícios respiratórios e depois incluir a respiração e ativação pélvica, seguida de ativação abdominal.

2. Fortalecimento de membros superiores e equilíbrioFortalecimento de membros superiores e equilíbrio - alterações durante a gestação

Instruções: Sentada sob os pés, braços em supino segurando as alças do Reformer (ou halteres no MAT), pedir para que realize flexão de ombro elevando as alças até a altura dos ombros, e ao mesmo tempo suba o quadril perdendo o contato com os pés.

3. Fortalecimento do Core e membros inferioresFortalecimento do Core e membros inferiores

Instruções: Deitada em decúbito dorsal com os joelhos flexionados e pés apoiados no solo, realizar a ativação abdominal e elevar o quadril perdendo o contato com o solo.

4. CócorasCócoras

Instruções: Em posição de cócoras, com os pés apoiados no chão, pedir para a gestante concentre o peso nos pés e deixe a barriga livre. Nessa posição podemos trabalhar a ativação pélvica e a respiração, além da mobilidade pélvica.

5. Mobilidade de quadril na bolaMobilidade de quadril na bola

Instruções: Sentada na bola de Pilates, pedir para realizar movimentos para frente e para trás, de um lado para o outro e movimentos circulares com o quadril. 

Ficar atento para que a gestante não faça transferência de peso, mas apenas o movimento com o quadril.

Conclusão

As mulheres sofrem inúmeras alterações durante a gestação, tanto físicas como hormonais, podendo gerar desconfortos e desafios. É nesse contexto que o Pilates se destaca como uma prática segura e eficiente, adaptada para atender às necessidades específicas das gestantes. 

Com seus exercícios focados no fortalecimento do core, alongamento e controle postural, o Pilates pode ajudar a fortalecer os músculos do assoalho pélvico, aliviar dores nas costas, melhorar a postura e proporcionar uma sensação de bem-estar emocional. 

Além disso, a prática do Pilates durante a gestação oferece um momento de conexão com o próprio corpo e com o bebê, confiante para uma experiência mais saudável e gratificante para a gestante.

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