Em algum momento de sua trajetória como instrutor de Pilates, você poderá se deparar com um ou mais casos de Espondilite Anquilosante e temos que estar preparados para poder atendê-los com a maior segurança possível.
Tanto o Fisioterapeuta quanto o Educador Físico precisam ter conhecimento do significado desta patologia, sintomatologia e principalmente quais os tipos de exercícios dentro do método serão os mais indicados.
Para isso, vamos conhecer melhor e entender como a Espondilite Anquilosante pode ser tratada.
O que é Espondilite Anquilosante?
Segundo Brad Walker (2011), em seu livro Lesões no esporte, classifica a patologia como “ forma de doença articular degenerativa que acomete a coluna vertebral. Doença sistêmica que produz dor e rigidez como resultado de inflamação no sacroilíaco, intervertebral e articulações costovertebrais”.
Podemos também dizer que se trata de uma doença reumática inflamatória crônica e que esta acomete principalmente as vértebras, sobretudo na região sacroilíaca e grandes articulações periféricas como quadris e ombros.
Pode manifestar-se através da fusão bilateral da articulação sacroilíaca ocasionando uma limitação progressiva de movimentos e invalidez. É uma patologia autossômica dominante, não ligada ao sexo do paciente/aluno.
Há uma incidência maior nos indivíduos do sexo masculino, porém os de descendência negra apresentam casos raríssimos e geralmente se manifesta entre 15 e 30 anos de idade, porém pode aparecer em qualquer fase da vida.
A Espondilite Anquilosante (EA), instala-se de um modo gradual sob a forma de rigidez e dor na região afetada. Ela é referida pelo paciente como uma dor na região lombar baixa que tende a melhorar com o movimento e, piorar em repouso – apresentando rigidez matinal prolongada – e pode também reportar dor em glúteos e raiz posterior das coxas, possuindo uma evolução ascendente acometendo a região lombar e em progressão a coluna dorsal e cervical.
Inicialmente apresenta dor axial intensa, com casos de espasmo paravertebral e limitações em alguns movimentos, acarretando retificação lombar, aumento de grau de cifose dorsal e retificação cervical com projeção da cabeça à frente (anteriorização de cabeça).
Muitos casos podem permanecer assintomáticos durante anos, sendo somente diagnosticados em outra fase da vida. A doença ainda não tem comprovação de ser de fundo genético, mas pode haver uma tendência familiar entre outras causas para o aparecimento da doença.
Tem sintomas muito semelhantes à outras patologias da coluna vertebral, como por exemplo dores por más posturas, dores psicossomáticas e causadas por traumas, precisando assim diagnóstico por exames clínicos e radiológicos.
É muito importante que o paciente pratique exercícios físicos regularmente pois, à medida que vai aumentando a rigidez da coluna, o paciente começa a inclinar-se para frente e com o tempo pode acontecer uma aglomeração, e as vértebras podem fundir-se tornando a coluna extremamente rígida, chamada de coluna de bambu.
Neste diagnóstico, muitas vezes o indivíduo apresenta dificuldade na inspiração profunda, já que pela rigidez da coluna e articulações na região entre as costelas e esterno, dificulta a expansão do tórax.
Em casos raros, a inflamação dos pulmões pode causar falta de ar e inflamação dos olhos, que causa dificuldade na acuidade visual – muitas vezes diagnosticada por apresentar dor e vermelhidão ocular. As dores na região lombosacral podem atingir a marcha e os movimentos podem tornar-se extremamente dolorosos.
Sintomas mais comuns na Espondilite Anquilosante
- Dor lombar em períodos intervalados
- Dor na coluna que pode ser em toda extensão ou em parte dela
- Dor e inchaço de articulações (ombros, joelhos e tornozelos)
- Dor e rigidez no quadril
- Dor e rigidez ocasionadas por falta de movimento
- Dor nas articulações sacroilíacas (entre a pelve e a coluna vertebral)
- Dor nos calcanhares
- Rigidez ao acordar (rigidez matinal)
- Dificuldade na expansão completa do tórax (ao se respirar fundo, por exemplo)
- Sensação de fadiga
- Em alguns casos febre baixa
- Inflamação nos olhos ou uveíte (inflamação nas estruturas internas do globo ocular)
- Perda de movimentos ou mobilidade na parte inferior da coluna
- Perda não intencional de peso
Como tratar:
Além de tratamento medicamentoso e fisioterapia tradicional, indica-se também exercícios físicos como auxiliares no tratamento da Espondilite Anquilosante. Como exercício podemos indicar o Método Pilates, pois o mesmo tem foco de trabalho global, trazendo resultados significativos aos portadores desta patologia.
Pilates no Tratamento da Espondilite Anquilosante
No Pilates o aluno/paciente terá para si todos os benefícios deste método e o instrutor focará o atendimento com sessões direcionadas ao aumento de mobilidade articular, flexibilidade, alinhamento postural entre outros. O instrutor deverá atentar-se a respiração, para aumentar a capacidade pulmonar.
Deverá também dar atenção se houve depósitos de tecidos fibrosos, resultado de constantes inflamações e assim evitar restrições de movimentos, auxiliando o alívio de dores, minimizando deformidades e trabalhando nas mobilizações articulares que foram acometidas pela patologia, melhorando a qualidade de vida.
Em sessões de 50 minutos a uma hora, o instrutor deverá preocupar-se em correções e alinhamentos posturais para um melhor resultado a cada aula dada não somente para alunos que apresentam patologias mas também aos alunos em geral.
Através do Pilates e dos seus princípios o aluno/paciente sentirá alívio das dores, melhora na sensação de rigidez matinal e consequentemente melhora na qualidade de vida como um todo. O Instrutor deve sempre estar atento para que o aluno/paciente esteja concentrado na respiração, centralização e execução dos exercícios propostos.
Exercícios de alongamento de musculaturas flexoras, mobilidade de coluna (mobilidade e flexibilidade cervical, torácica e de lombar) e fortalecimento de musculatura extensora, bem como exercícios de expansibilidade torácica, serão de grande valia para que o aluno/paciente sinta os benefícios do método.
Concluindo…
Por ser ainda uma patologia sem cura conhecida, os portadores da Espondilite Anquilosante precisam ser acompanhados por instrutores com certificação no método Pilates e que irão orientá-los da melhor forma possível, para que estes enfrentem as dificuldades da patologia e então retardem muitos dos sintomas, através de um programa contínuo e individualizado.
Segundo o próprio Joseph Pilates:
A aptidão física é o primeiro requisito da felicidade. Nossa interpretação da aptidão física é a obtenção e manutenção de um corpo uniformemente desenvolvido com uma mente sã plenamente capaz de, natural e facilmente, realizar satisfatoriamente as nossas muitas e variadas tarefas diárias com entusiasmo espontâneo e prazeroso.
Bom dia Márcio! Parabéns pelo seu site! Muito obrigado por gerar conteúdo para nós pacientes com EA, também sou educador físico e tenho espondilite anquilosante, gostaria de replicar esse conteúdo em meu site (www.espondilitebrasil.com.br sem finalidade lucrativa) dando-lhe os devidos créditos pelo conteúdo e linkando seu site
Boa noite Samuel! Obrigado pelas palavras. Com relação a publicação você pode sim publicar linkando ao site do Blog Pilates.
Obrigado e continue seguindo nossas matérias!
Paulo Márcio Fucci
Tenho espondileite a 6 anos ,tinha medo de fazer pilates
Mas agora com essas informações vou tentar pra aliviar as dores
Tô fazendo musculação pode ou só o pilates sinto dor na região do tórax noturna quando deito toda madrugada
Bom Dia.
Poderia me indicar alguns alongamentos?
Meu namorado tem espondelite e 2 hastes na coluna provenientes de um assalto.
Sente muitas dores no início e final do dia.
Desde já, obrigada.
Cida Guerra.
Olá, Cida. Tudo bem?
A orientação é que seu namorado procure um fisioterapeuta especializado para avaliar o quadro clínico e orientar o melhor tratamento a ser feito.
Desejamos melhoras. Abraço! 🙂