Um dos principais, se não o principal, grupos de alunos que buscam o Pilates são os que se queixam de dores na coluna vertebral. Geralmente indicado pelo médico ortopedista, por um fisioterapeuta clínico, algum amigo ou parente.
A orientação é sempre acompanhada da expressão: “faça Pilates, é ótimo para pessoas com dores na coluna vertebral”. De fato, o Método é ótimo para o tratamento da patologia, sem dúvidas, mas também pode ser contraindicado. Tudo isso vai depender das escolhas que o profissional fará para o tratamento.
Conduzir esse tipo de aluno requer bastante conhecimento anatômico e biomecânico para prescrever os melhores exercícios, estratégias, e a dose ideal na condição atual. Muitas vezes o erro não está na estratégia, mas sim na dose correta.
A prescrição de exercício deve ser individualizada, respeitando o contexto pregresso e atual do cliente em questão. Isso significa que o que pode ser muito bom para um pode ser péssimo para outro. Dessa forma, as queixas de dores na coluna vertebral são o principal motivo pela procura do Método.
Vamos continuar a leitura para sabermos como o Pilates é fundamental para acabar com as constantes dores na coluna vertebral? Confira a seguir!
Quando é necessário tratar as dores na coluna vertebral?
Entender os problemas dos outros não é tarefa fácil, pois envolve um contexto muito maior de ordem multifatorial e biopsicossocial. A dor é uma resposta subjetiva que depende de experiências e aprendizados pregressos e que podem se relacionar com o contexto atual.
O Pilates é sempre benéfico, só precisamos entender como e em que dose o Método será ideal para cada paciente. Primeiramente, temos que respeitar o processo de cura do corpo, momento agudo, subagudo ou crônico.
Nosso corpo está sempre buscando caminhos para a cura, o problema é que o indivíduo não favorece para que isso aconteça.
No momento agudo de um problema musculoesquelético, o corpo se encontra em uma condição mais inflamatória. Mas quem disse que é algo ruim? Ela faz parte do processo de cura, por isso, o que precisamos fazer é entender e respeitar.
O Pilates, de uma maneira exagerada, pode sensibilizar alguma estrutura, mas ficar sem o Método também é desaconselhado. Para o processo de cura acontecer, é necessário que o sangue chegue até ao local com nutrientes e oxigênio, e tudo que está sendo criado precisa sair como sangue venoso, exsudato e linfático.
Essa troca contínua favorece a cura, mas para o sangue arterial chegar até lá é preciso de uma circulação eficiente. Isso só acontece através do movimento principalmente ativo.
Como o Pilates ajuda a diminuir dores na coluna cervical?
O contexto do indivíduo crônico é diferente. Isso significa que se tentarmos bater de frente com a dor, sempre vamos perder.
Não precisamos ter dores na coluna vertebral para procurarmos tratamento. Nós vamos sempre atrás de uma ajuda profissional quando estamos com lesões, por exemplo. Mas no caso do Pilates, o Método também ajuda na prevenção dos incômodos.
A consequência é que o indivíduo tem medo de se movimentar, cria-se uma rigidez e com isso a disfunção acontece.
O melhor caminho é criar novamente uma função e só se consegue com movimento ativo, ou seja, com a prática de exercícios físicos, para que com o tempo as dores na coluna vertebral fiquem cada vez mais insignificantes frente a tanta função recuperada.
O tratamento depende da condição física e disposição
A nossa tarefa é entender o contexto do cliente, qual a sua condição física, criar hipóteses, testá-las e receber respostas. O que proporcionamos com o Pilates é o estímulo para que o corpo reaja, favorecendo a cura e acabando com as dores na coluna vertebral. Nosso papel é gerar “independência” e não dependência do Método.
A principal falha no processo de reabilitação é quando o enfoque fica em apenas um determinado segmento, músculo ou articulação, sendo necessária uma estabilização dinâmica.
Estamos sujeitos a receber estímulos externos de várias formas, direções e forças diferentes, e nosso corpo deve estar preparado para responder de maneira eficiente.
O corpo sofre basicamente por duas situações: por falta ou excesso de algo, mas precisamos estar no equilíbrio. As relações para desenvolver alguma doença são inúmeras. Entre elas existem as modificáveis e não modificáveis. A imensa maioria são modificáveis e estão sob nosso controle.
As não modificáveis são a minoria. Tendo a genética e a estrutura uma vez modificadas, ela não volta mais a ser o que era. Por exemplo, na artrose, a nossa “briga” não é com a doença, mas com disfunção criada e a relação com os fatores modificáveis.
Tudo que nosso corpo precisa é de movimento. Nossa coluna não é proibida de receber carga e sobrecarga, pelo contrário, isso é que a mantém saudável.
O problema não é sentar “errado” ou de pé “errado”, mas ficar muitas horas seguidas, todos os dias, durante meses, gerando sobrecarga constante.
Benefícios do Pilates para as dores na coluna vertebral
As dores na coluna vertebral se dão por conta de uma falta de estabilidade dinâmica, já que se faz necessário, especialmente nos movimentos funcionais da vida.
O Pilates proporciona isso muito bem, explorando as capacidades, variabilidades, controle, resiliência e consciência corporal de cada indivíduo. Com isso se quebra as constantes demandas do dia a dia de cada pessoa, evitando as cargas e sobrecargas repetitivas.
É necessário gerar estímulos capazes de proporcionar habilidade no corpo, suficiente para enfrentar suas demandas de esforços funcionais e de trabalho. Com isso é possível minimizar os riscos de sofrer com dores musculoesqueléticas ou recidivas.
Conclusão
O Pilates, apesar de ser uma metodologia centenária, se encaixa perfeitamente no contexto atual tanto de forma preventiva como reabilitadora, por atuar através do movimento ativo do corpo.
Além disso, favorece o estímulo em todos os sistemas corporais, direta ou indiretamente, como músculo esquelético, nervoso, circulatório, respiratório, digestório, endócrino, imunológico e sensorial.
As dores na coluna vertebral podem ser tratadas com o Método antes mesmo que isso vire uma lesão mais séria, mas tem que ser acompanhada de perto e com os exercícios corretos, para que não se agrave a situação.