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Há três anos o mundo entrava em uma pandemia jamais vista, que causou danos na população até nos dias de hoje. A Covid-19 deixou algum tipo de síndrome da fadiga crônica em inúmeras pessoas que foram infectadas pelo vírus.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou no dia 11 de março de 2020 a doença de Coronavírus (Covid-19) como uma situação de calamidade pública global, dentro deste cenário emergencial, as principais manifestações clínicas observadas na população acometida pelo vírus destacam-se a tosse persistente, a falta de ar e a dor muscular.

A síndrome da fadiga crônica causa a perda de olfato e paladar como consequência da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) ocasionada pelo Coronavírus, que foi identificado como principal agente etiológico da doença, e possui um caráter progressivo com rápida evolução e disseminação.

Além dos sintomas mais frequentes, existem também outras preocupações clínicas que envolvem os demais sintomas observados somente após a infecção primária causada pelo vírus.

Estes podem evoluir durante anos, semanas ou meses depois do início dos sintomas iniciais e apresentam características análogas àquelas documentadas em outras patologias com natureza semelhante a Covid-19

Ainda existem inúmeras incertezas com os tratamentos precoce, mas uma certeza é que as atividades físicas podem ajudar no combate à síndrome da fadiga crônica. 

Saiba, através deste texto, suas causas e como o Método pode ajudar no tratamento. Boa leitura! 

O que a síndrome da fadiga crônica pode causar?

Um estudo publicado em 2011 divulgou a incidência de uma síndrome da fadiga crônica pós-viral, que se caracterizava por mialgia inespecífica, fraqueza variável, fadiga, depressão, distúrbios do sono e recorrência de disfunção respiratória em pacientes que apresentavam algum vínculo epidemiológico com a SARS crônica.

Sugerindo que a exposição e o contato direto com indivíduos do sul da China ou sudeste da Ásia poderiam ter contribuído com a infecção através de um novo coronavírus identificado naquele período.

Os autores destacaram que entre 2003 e 2004, após um surto em Toronto, alguns pacientes apresentavam sintomas físicos debilitantes persistentes, como dor muscular, fraqueza profunda, fatigabilidade e falta de ar.

Relatando que este havia sido o primeiro estudo a documentar os efeitos adversos sobre o sono e sintomas psicossomáticos da síndrome da fadiga crônica a longo prazo.  

Recentemente, após o surto atual da Covid-19, diversos estudos argumentam que, assim como aconteceu após o surto de SARS, uma grande proporção de pacientes afetados pela Covid-19 poderiam desenvolver uma “Síndrome pós-Covid-19” grave.

Isso é resultante de danos aos neurônios sensoriais olfativos, aumento da resistência à saída do líquido cefalorraquidiano (LCR) e possível congestão do Sistema Glinfático com aumento da toxicidade no sistema nervoso central (SNC).

O que indica uma taxa significativa de sintomas crônicos persistentes apresentados em pacientes recuperados da SARS-CoV-2.

Uma vez que a longo prazo a “Síndrome do nevoeiro cerebral”, como também é popularmente conhecida, poderia evoluir com uma síndrome da fadiga crônica generalizada e falta na capacidade de concentração, afetando gravemente a memória e trazendo sérios prejuízos à cognição.

Neste sentido, em vista de amenizar os sintomas desencadeados após as manifestações clínicas apresentadas pela doença, diversos autores tendem a concordar sobre os benefícios da atividade física como estratégia de incremento sobre a capacidade imunológica e cardiorrespiratória.

Destacando que esta pode vir a desempenhar um efeito positivo, uma vez que pode auxiliar na melhoria do funcionamento do sistema imune e na modulação de uma resposta inflamatória mais efetiva sobre fatores de proteção neuronais que são fundamentais para o controle e recuperação dos sintomas de síndrome da fadiga crônica.

Sistema nervoso e a síndrome da fadiga crônica pós-Covid

Como destacado anteriormente, sugere que a síndrome da fadiga crônica pós-Covid pode resultar em danos aos neurônios sensoriais olfativos, acarretando problemas na saída do LCR que levariam à congestão do sistema glinfático.

Este sistema desempenha um papel fundamental na depuração de proteínas potencialmente tóxicas ao sistema nervoso central (SNC).

Sendo considerado como uma via de transporte alternativa do LCR para a parênquima cerebral por meio de uma rede complexa de vascularização semelhante ao sistema linfático.

Por isso, uma disfunção dessa via poderia estar envolvida no desenvolvimento da doença de Alzheimer que acontece em decorrência do acúmulo de substâncias neurotóxicas.

Existem estudos sugerindo que o vírus SARS-CoV-2 aparentemente pode apresentar uma maior predileção pelo SNC, considerando que grande parte dos sintomas apresentados pelos pacientes indicam envolvimento do sistema nervoso, como:

  • Dor de cabeça;
  • Náusea;
  • Vômito;
  • Mialgia; 
  • Tontura hipogeusia;
  • Hiposmia;
  • Comprometimento da consciência.

Algo que também pôde ser observado em outras variantes do coronavírus que tendem a afetar o sistema nervoso e atacar diretamente os neurônios localizados nos centros cardiorrespiratórios como observado inicialmente na maioria dos casos de Covid-19 durante a pandemia.

Com objetivo de elucidar tais sintomas, o quadro de um paciente pós-Covid que apresentava mialgia, fadiga física severa, ansiedade, insônia, dificuldade de leitura e confusão mental, além de inflamação constante, aumento da sensibilidade e ingurgitação dos vasos linfáticos no tórax esquerdo com restrição da mobilidade torácica. 

O tratamento foi realizado uma vez por semana e o paciente foi orientado a seguir com a rotina de automassagem com drenagem linfática junto a exercícios suaves para melhorar a mobilidade da coluna torácica.

Após a terceira sessão, a gravidade de sintomas havia reduzido significativamente de queixas graves de fadiga física e mental para queixas moderadas.

Desta forma, os próprios autores concluem que a intervenção precoce e o tratamento adequado ao final da fase aguda poderiam servir como estratégia de prevenção das complicações a longo prazo, em que podemos observar a instrução adequada.

O início da atividade física leve e progressiva com exercícios de mobilidade ativos podem auxiliar na redução dos sintomas físicos e mentais da síndrome para os prováveis ​​casos de síndrome da fadiga crônica pós-Covid.  

Pilates no combate aos problemas crônicos pós-Covid

Como podemos observar, muitos médicos atribuem sintomas de ansiedade e a maior incidência de doenças neurológicas graves, incluindo acidentes vasculares cerebrais isquêmicos e hemorragia intracraniana em pacientes recuperados da Covid-19 leve.

Mesmo aqueles que apresentaram sintomas mais brandos podem manifestar alterações imunes e psicossomáticas em consequência da Covid prolongada.

Dito isso, apesar de ainda não existirem estudos que enfatizem o tratamento da síndrome da fadiga crônica pós-Covid através do uso do Método Pilates, podemos sugerir com base na correlação dos sinais e sintomas clássicos já documentados que o mesmo seria uma importante fonte de intervenção.

O Pilates tende a ser uma opção acessível de treinamento físico para tratar alterações na saúde mental, especificamente pela fácil adesão no tratamento de sintomas de ansiedade e depressão, ajudando também em casos de síndrome da fadiga crônica em pacientes com deficiência de mobilidade mínima a leve.

Recentemente um programa domiciliar baseado no Método melhorou significativamente os sintomas depressivos e ansiosos, além dos sintomas físicos, cognitivos, psicossociais relacionados à fadiga geral em mulheres com esclerose múltipla após 8 semanas de treinamento e avaliação.

Ainda é possível observar um aumento na atividade citotóxica das células após os exercícios de Pilates durante 2 semanas de intervenção.

Onde houve diminuição na atividade das enzimas antioxidantes e uma tendência à redução nos níveis dos eritrócitos e nas quimiocinas pró-inflamatórias diante dos parâmetros sanguíneos analisados.

Além disso, os efeitos do MAT Pilates e Pilates Clínico podem ser uma estratégia eficaz para prevenção do declínio físico e mental, melhorando as funções cognitivas como linguagem, memória e qualidade de vida em comparação com o exercício tradicional.

Promovendo também benefícios sobre o equilíbrio e melhora no desempenho funcional na resistência muscular dos membros inferiores de mulheres saudáveis e indivíduos portadores de Esclerose Múltipla.

Isolamento, imunidade e a prática de atividades físicas

Durante o período crítico da pandemia, o isolamento e a quarentena foram estratégias que diminuíram o contato social e afetaram a rotina de muitas pessoas ao redor do mundo.

Por esse motivo, a prática de exercício físico em casa foi substancial para manter o condicionamento e a qualidade de vida, sendo descrita como uma medida essencial para combater a Covid-19. O teleatendimento utilizado por muitos profissionais foi comprovadamente eficaz para este objetivo.

Através de um ensaio clínico foi possível analisar uma proposta inovadora de tele treinamento modificado que viabilizou a inserção dos pacientes em um plano de atendimento diferenciado sem a necessidade de interrupção das suas atividades apesar das restrições causadas pela Covid-19.

Analisando a interação entre as alterações do sistema imunológico durante o envelhecimento e o maior risco de desenvolvimento da infecção em idosos, destacando que a atividade física poderia fortalecer o sistema imunológico, atuando como estratégia protetora.

No âmbito hospitalar, a China foi responsável por inserir programas de treinamentos baseados em exercícios físicos de baixa intensidade em grandes hospitais.

A implementação da atividade física por um período de 20 a 30 minutos de duração foi utilizada como estratégia alternativa em pacientes oncológicos e com Covid-19.

Os resultados demonstraram que o exercício físico, além de proporcionar o aumento da capacidade corporal e resistência a patógenos, também ajudou na melhoria do humor da equipe médica e dos pacientes, estabelecendo um vínculo de participação conjunta para o enfrentamento da epidemia.

Conclusão

Neste sentido, tendo em vista as constantes incertezas quanto às demais consequências ainda não totalmente esclarecidas sobre a síndrome da fadiga crônica Covid-19.

Certamente é possível afirmar que a prática de atividade física regular constitui-se como uma necessidade básica e fundamental para a diminuição dos índices de mortalidade e aumento da sobrevida, sendo um importante aliado na promoção de saúde, bem-estar e garantia de maior qualidade de vida.

O que justifica sua prescrição como principal estratégia de controle e intervenção no desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), doenças osteomioarticulares, hematológicas, respiratórias e metabólicas, como recomenda a Organização Mundial de Saúde.

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