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Faz algum tempo que você trata seu aluno com cervicalgia, mesmo assim de vez em quando ele volta a sentir bastante dor. Será que o tratamento da cervicalgia nunca dará certo para ele e essa pessoa está destinada a viver com dor? Nada disso!

Provavelmente você só estava precisando encontrar esse artigo para melhorar ainda mais o tratamento. O corpo é uma estrutura complexa que nem sempre deixa todos os seus problemas à mostra.

No caso da cervicalgia, existem diversas camadas de compensações espalhadas que devem ser resolvidas. Se deixarmos nosso aluno com uma musculatura tensionada sem atenção ele pode voltar a sentir o quadro de dor.

Por esse motivo é importante conhecer com muitos detalhes como funciona o processo de reabilitação. Nesse artigo meu objetivo é trazer à sua atenção alguns segredos que te ajudam a trabalhar melhor com seus alunos com cervicalgia. 

Se você começar a aplicá-los, junto a uma boa avaliação, é quase certeza que o tratamento da cervicalgia dará certo. 

Vamos conferir o que são esses segredos e como aplicá-los em aula? Então continue lendo!

1. Tratar as bases de sustentação

Existe um problema bastante comum entre os profissionais do movimento que procuro sempre remediar. Ele é enxergar o corpo de maneira segmentada. 

Muita gente vê um paciente com cervicalgia e já corre para manipular a cervical. A aula fica cheia de exercícios para essa região ou outras partes da coluna e mesmo assim o aluno continua com dor.

Tenho uma explicação bastante simples do motivo: esse profissional esqueceu da importância das bases de sustentação. Trabalhando só a área afetada pela dor, dificilmente conseguimos uma recuperação completa.

Como assim bases de sustentação, Keyner?

Existem algumas regiões no corpo que auxiliam a sustentar a cervical e seus movimentos. Podemos dividi-los em três bases principais:

  • Complexo da cintura escapular;
  • Região do transverso do abdômen;
  • Glúteo e membros inferiores.

Com uma musculatura de base fraca nosso aluno não conseguirá se livrar das compensações que causam a dor. É até possível que essas musculaturas fracas talvez estejam envolvidas na causa da dor.

Lembrar que existem outras regiões no tratamento da cervicalgia também te dá uma opção para quando o aluno está com dor aguda. Se ele está com tanta dor que não consegue fazer exercícios para a coluna você pode usar outros exercícios. Podemos trabalhar coxa, glúteos, musculaturas da cintura escapular e outras enquanto a crise está presente.

Além disso, as musculaturas de base da cervical também estão envolvidas na manutenção da postura. Um bom exemplo são os músculos do Power House, que já sabemos serem essenciais para manter as curvaturas fisiológicas da coluna. 

Sabiam que uma má postura também pode estar entre as causas da cervicalgia? Então também devemos melhorar essa característica.

2. Trabalhar musculaturas esquecidas

Quero que você me responda agora mesmo: Quais são as musculaturas que ficam enfraquecidas ou tensionadas na cervicalgia? 

O que você me diria? Pode parecer só uma pergunta de prova da faculdade. Mas sua resposta a essa questão pode colocar todo o tratamento da cervicalgia a perder.

Geralmente quando faço essa pergunta a algum profissional do movimento, recebo uma resposta com algumas dessas musculaturas:

  • Trapézios (superior, médio, inferior);
  • Músculos do pescoço;
  • Masseter;
  • Músculos da cintura escapular.

Essa resposta está errada? Claro que não, eu realmente precisarei trabalhar essas estruturas durante a reabilitação. O grande problema é que ela está bem incompleta.

Chamo essas musculaturas acima de vilões visíveis da cervicalgia. Isso porque todo mundo lembra delas quando precisa fazer o tratamento da cervicalgia. Existem diversos exercícios que te ajudam a trabalhar essas regiões e sei que você pensa em vários desses quando monta a aula do seu aluno.

Pode até ser que seu aluno melhore depois de ser tratado utilizando exercícios para os vilões visíveis. O que não quer dizer que seu problema está resolvido. Por fazer uma reabilitação incompleta, você arrisca que a dor retorne posteriormente.

Por isso também precisamos sempre lembrar quais outras musculaturas e fáscias conseguem influenciar na região cervical. Lembrando que nosso corpo é completamente conectado, então podemos sim encontrar regiões distantes que ajudam a piorar o problema.

Não vou listar cada uma das musculaturas que também ficam tensionadas em um paciente com cervicalgia. Você precisará realizar uma avaliação completa nesse aluno e identificar como as compensações acontecem em seu corpo.

3. Lembrar da fáscia craniana

Sabe onde a cervical está diretamente conectada? Na fáscia craniana. Então por que é tão comum esquecer que essa estrutura está ali e com problemas?

Quando o paciente está com dor aguda um dos primeiros passos para conseguir trabalhar é a liberação miofascial. E é nesse ponto que devemos lembrar da fáscia craniana. Em pessoas que apresentam cervicalgia, sinusite e enxaqueca costumam existir diversos pontos de tensão na fáscia.

Devemos lembrar também que nem todos os pontos-gatilho podem ser identificados pela dor do aluno. Também existe algo que chamamos de pontos-gatilho latentes. Apesar de não serem dolorosos eles existem e geram um ponto de tensão importante.

Detalhe: boa parte dos pontos que encontramos nessa fáscia costumam estar latentes. Então mesmo que seu aluno entre com dor e você comece a fazer a liberação eles ainda persistirão lá.

Está em dúvida? Apalpe as regiões onde encontram-se os pontos-gatilho mais comuns. É bem provável que você encontre tensão e até dor nesses locais.

Depois de encontrar o ponto, você pode utilizar a técnica de sua preferência para aliviar a dor. Isso inclui liberação miofascial, acupuntura, massagens, dry needling, uso de calor e frio. Procure utilizar uma técnica que não submeta o aluno a ainda mais dor, que pode ser prejudicial para o resto da sua aula.

4. Avaliar o olhar do aluno

Sabe aquela avaliação que realizamos periodicamente no aluno? Através dela conseguimos identificar quais são os desequilíbrios que afetam o corpo e ajudaram a desenvolver a patologia. 

Ela precisa ser extremamente completa e precisa se você realmente quer ajudar esse aluno. E para isso precisamos avaliar o globo ocular.

Eu não sou oftalmologista, Keyner.

Mesmo assim, os olhos são um ponto central no tratamento da cervicalgia. Eles podem até influenciar desvios posturais e outros tipos de compensação que atrapalham o paciente.

Pense no globo ocular como uma porta de entrada para o corpo. Qualquer alteração nele gera uma cadeia de compensações para corrigir o olhar. Muitas vezes nossos alunos apresentam compensações por todo o corpo para compensar um problema nos globos oculares.

Como a cervical está muito próxima dessa região ela sofre em especial. Vamos a um exemplo: Imagine um paciente que apresenta um desnível no olhar. Seu corpo tentará manter a linha do olhar perfeitamente reta, portanto, força uma leve inclinação para o lado. O olhar se corrige, porém ele ficará com a cervical em posição errada.

A posição da cervical acabará levando a tensões em diversas musculaturas, o que pode gerar a dor. Agora imagine que eu recebi esse aluno no meu espaço e comecei a fazer o tratamento da cervicalgia. Sem considerar o desvio que ele possui no olhar eu nunca conseguirei corrigir o problema completamente.

Ao identificar um problema no olhar do meu aluno precisarei recomendar um profissional da oftalmologia para corrigi-lo. Portanto, esse será um trabalho conjunto que ajudará a resolver a cervicalgia.

Dica extra para o tratamento da cervicalgia

Recebemos muitos alunos que usam óculos no Studio de Pilates. O costume da maioria deles é tirar os óculos antes mesmo da aula começar, tem gente que até chega já com o acessório guardado na bolsa. Porém isso pode atrapalhar o aluno por mudar sua referência visual.

Recomendo que ao trabalhar com esses alunos você peça que ele fique com os óculos e só retire quando existir risco de danificar o acessório.

Também lembre-se de orientar a visão do paciente durante o exercício, isso facilita sua execução.

5. Liberar a tensão no peitoral menor

Esse é um dos vilões invisíveis que precisamos trabalhar. Falei que não iria listá-los um por um, mas vale a pena lembrar desse músculo em especial.

Geralmente, relacionamos o peitoral menor com o tratamento das patologias do ombro. O motivo é simples: ele está envolvido em dois importantes movimentos de ombro:

  • Depressão do ombro;
  • Rotação da escápula.

Por ser tão importante para o ombro, esquecemos que ele está influenciando em toda a cintura escapular. Como já sabemos, essa região precisa receber bastante atenção no tratamento da cervicalgia.

Os desequilíbrios na região cervical levam a tensão no peitoral menor. Sem liberar essa tensão e realizar um bom trabalho, a dor cervical permanece. Lembrando que um peitoral menor que trabalha de maneira pouco funcional também causa problemas em:

  • Trapézio;
  • Músculos Psoas;
  • Diafragma;
  • Outros.

O que quer dizer que a cervical e praticamente todo o corpo sente as tensões que afetam o peitoral menor. Não existem desculpas para esquecer essa musculatura no seu tratamento da cervicalgia.

6. Lembrar dos dermátomos e miótomos

Não duvido que a última vez que você ouviu falar de dermátomos e miótomos tenha sido na faculdade. É difícil ficar lembrando de cada um desses detalhes na prática do dia a dia, o que não quer dizer que eles deixam de ser importantes.

Os dérmatomos são regiões da pele que recebem nervos de um gânglio nervoso dorsa. Eles estão mais relacionados com a região sensitiva do corpo. Seu paciente sente formigamento nas mãos, por exemplo? Isso está relacionado ao dérmatomo.

Já os miótomos são músculos que recebem inervação de uma raiz nervosa. Ao falarmos de músculos já conseguimos adivinhar que eles estão relacionados à parte motora.

Vou deixar aqui embaixo uma tabela falando sobre a relação dos dermátomos e miótomos da região C1 a C8. Veremos que essa relação te ajuda muito no diagnóstico e tratamento da cervicalgia.

  • Região de C1: flexão cervical superior (movimento do aceno com a cabeça);
  • Região de C2: extensão cervical superior (musculatura profunda), região occipital;
  • Região de C3: flexão lateral da coluna, face lateral do pescoço;
  • Região de C4: elevação da cintura escapular, região da clavícula e levantador da escápula e trapézio;
  • Região de C5: abdução do ombro e rotação externa, região do dermátomo: deltóide lateral e região anterolateral do braço;
  • Região de C6: flexão de cotovelo e extensão do punho. Face lateral do braço até o polegar;
  • Região de C7: extensão do cotovelo e flexão do punho. Face posterior do braço e antebraço até o dedo médio;
  • Região de C8: extensão do polegar desvionar. Metade distal do antebraço até a borda do dedinho.

Com essas informações você consegue diagnosticar seu aluno de acordo com os sintomas. Analise a região onde ele sente formigamento ou dificuldade no movimento. Depois encontre qual região cervical está relacionada a esse sintoma. É nela que você encontrará o problema principal.

7. Avaliar e tratar escápula e ombro

Vimos que o peitoral menor, uma importante musculatura do ombro, também fica tensionado quando encontramos problemas cervicais. Ele não é o único.

Outra região que também influencia e é influenciada pela cervical é o serrátil. Calma, o serrátil não é importantíssimo para o complexo do ombro? Com certeza!

Ele é responsável por estabilizar o ombro e manter as escápulas grudadas ao gradil costal. Porém, nem sempre sua ação é harmônica. Nesses casos encontraremos problemas tanto no ombro, quanto na coluna torácica. Graças a essa sua conexão com a torácica ele também influencia nos movimentos da cervical.

É possível que no tratamento de cervicalgia você precise realizar um fortalecimento do serrátil para conseguir resultados reais. Lembre-se também que o serrátil não estabiliza o complexo do ombro sozinho. Seu trabalho é aliado aos oblíquos internos e externos. Ou seja, não poderemos fortalecer essa área separadamente.

8. Livrar o aluno de medos e traumas

A dor é muito traumática, independente da região. Tem gente que depois de ter um torcicolo fica semanas sem virar o pescoço para aquele lado que incomodava. E essas pessoas continuam assim mesmo depois de resolver o torcicolo.

No caso da cervicalgia é igualzinho. O aluno sente dor ao se movimentar, vai no médico e ele recomenda alguns remédios e repouso. Sabe qual é o resultado?

Esse aluno nunca mais terá movimentos funcionais na região afetada pela dor. A não ser que um profissional do movimento consiga ajudá-lo, é claro. Nosso papel no tratamento da cervicalgia não é só livrá-lo da dor.

Precisaremos também convencer esse aluno a se mover. Sem recuperar seus movimentos, o aluno provavelmente acabará com cervicalgia outra vez. Devemos encontrar uma maneira de tirar esse medo para ter um tratamento de cervicalgia realmente eficaz.

E isso se aplica a qualquer processo de reabilitação. Veja bem: nosso tratamento é baseado no movimento. O que quer dizer que o aluno precisa conseguir se mexer e muito!

Mas Keyner, meu aluno está com muita dor na cervical.

Você não precisa começa a realizar exercícios na área afetada de primeira. Podemos começar tratando as bases, trabalhando membros inferiores ou até o ombro. O importante é fazer exercícios que ajudem a fortalecer e consertar os movimentos do aluno. B

Força movimentos na cervical quando o aluno está com dor é uma péssima ideia. Ele ficará com ainda mais medo de realizar exercícios e não conseguiremos muitos benefícios.

9. Preparar o aluno para movimentos do dia a dia

Vamos revisar rapidinho os movimentos que realizamos com a coluna:

  • Flexão;
  • Rotação;
  • Extensão;
  • Flexão lateral.

Será que seu aluno estará preparado para esses movimentos depois do tratamento para cervicalgia?

Realizamos ações que incluem esses movimentos diversas vezes por dia, mas é comum faltar mobilidade para realizá-los com qualidade. 

Se o seu aluno não estiver preparado para se mover quando sair da aula, ele raramente estará preparado para esses movimentos e além disso mantém uma postura errada durante quase todo o tempo. 

O que quer dizer que ele está propenso a sofrer uma nova lesão ou ficar com outras musculaturas tensionadas. Tudo porque nunca aprendeu como se movimentar da maneira correta.

É importante que esse acompanhamento continue até depois de terminar o tratamento da cervicalgia. Continue trabalhando com seu aluno para prevenir que o problema retorne.

Conclusão

A cervicalgia se torna cada vez mais comum conforme nossa rotina fica mais digitalizada. Passamos muito tempo com a postura errada, fazemos poucos exercícios, enfim, o corpo perde seus movimentos funcionais. Eventualmente alguma dor surge como resultado desse estilo de vida.

Se o seu aluno sofre de cervicalgia, o seu papel é auxiliá-lo a aliviar a dor e corrigir as compensações que a causaram. Mas nem sempre o tratamento tem sucesso. É bastante comum que um aluno passe pelo processo de reabilitação e posteriormente retorne com a dor.

Isso acontece porque algumas vezes cometemos pequenos erros no processo. E tenho certeza que você não quer cometer esses erros e perder a credibilidade com seus clientes. Por isso fiz essa pequena lista com 9 segredos que te ajudarão a melhorar ainda mais o tratamento da cervicalgia.

Ao usar esses segredos, seu aluno conseguirá um alívio definitivo da dor. Além disso, você será capaz de corrigir desequilíbrios relacionados, mesmo que eles não estejam próximos da cervical. O que está esperando para começar a aplicar essas dicas nos seus alunos?

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