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Quantos alunos com dor no ombro você atende mensalmente? Não duvido que problemas nessa articulação sejam super comuns em sua rotina, afinal, quase todo mundo que trabalha com movimento precisa enfrentar e tratar patologias do ombro.

Assim como todas as articulações do corpo, o ombro é essencial para movimentos funcionais. Se ele estiver dolorido ou afetado por alguma patologia, o paciente terá problemas para fazer praticamente tudo.

Para garantir o bem-estar do aluno, é necessário utilizar um processo de reabilitação eficiente. Caso ele continue a sentir dor mesmo depois de algum tempo nesse processo ou volte a ter problemas mais tarde, a credibilidade do profissional será afetada.

Então, qual é o primeiro passo para tratar alguém com patologias do ombro? Conhecer seu corpo, seu problema e as lesões que afetam a região dolorida.

Por isso, para te ajudar a dar tratamentos cada vez mais eficazes para nossos alunos, preparei esse guia resumindo as principais patologias do ombro e também, com algumas dicas de exercícios para incluir no tratamento. Continue lendo e confira!

O complexo do ombro

O ombro é um conjunto de articulações que possibilita os movimentos de membros superiores. A região é extremamente complexa por sua grande liberdade e amplitude de movimentos.

As articulações do ombro unem três ossos: a escápula, clavícula e o úmero. Eles são estabilizados pelo manguito rotador, um conjunto de musculaturas e tendões que auxiliam nos movimentos.

Todas as partes desse complexo precisam estar operando da maneira correta para que um movimento ocorra funcionalmente e sem dor. Seu aluno sente dor no ombro? Então uma ou mais das estruturas está com problemas, mas os desequilíbrios provavelmente não estão restritos ao ombro.

Fortalecimento global durante a reabilitação

Eu sempre estou em busca de novos conhecimentos, tanto para transmitir quanto para aplicar aos meus alunos. Se tratando de patologias do ombro, encontro muitas aulas focando nas seguintes musculaturas:

  • Serrátil;
  • Trapézio;
  • Romboides;
  • Manguito;
  • Elevador da escápula;
  • Oblíquos.

Com certeza precisamos trabalhar essas musculaturas na reabilitação. Todas elas influenciam no movimento e podem estar entre as causadoras da dor. Porém o corpo possui mais estruturas que só o ombro, não é mesmo?

Vou trabalhar musculaturas que não são do ombro, Keyner?

Certamente! O corpo é um organismo complexo que atua de maneira integrada. Músculo algum funciona sozinho, ele passa sua tensão ou desequilíbrio para a frente através das cadeias cruzadas existentes.

As fáscias musculares também estão interligadas. Isso quer dizer que quando uma fáscia está tensionada, isso se transfere para fáscias próximas. A tensão vai se espalhando pelo corpo e gerando cada vez mais desequilíbrios.

Uma pessoa com dor no ombro acaba com musculaturas diferentes tensionadas, ou seja, a dor é no ombro, mas o problema talvez tenha impactos em outros locais.

Então, quem trabalha somente as musculaturas ligadas ao ombro de maneira isolada, talvez esteja deixando de enxergar um problema maior. 

Por exemplo, o serrátil anterior trabalha com abdução, rotação superior e depressão da escápula, isto é, importantíssimo para os movimentos do ombro. E às vezes, essa musculatura é esquecida durante o trabalho de reabilitação das patologias do ombro.

Porém, o serrátil anterior auxilia outra musculatura essencial, o trapézio superior. Os dois são responsáveis por movimentos da escápula e se movimentam em sinergia.

Caso o serrátil esteja tensionado, é provável que eu encontre tensão no trapézio também. E caso o serrátil anterior esteja mais forte que o trapézio superior e médio inferior, ele atrapalha o ritmo escápulo-umeral, gerando um movimento pouco harmônico.

Você deve trabalhar essa musculatura para garantir que o funcionamento do trapézio está correto. O oblíquo é outro que auxilia nos movimentos do serrátil anterior e precisa ser trabalhado. Consegue perceber como tudo está conectado no corpo?

Fortalecimento vs. Tensão de ombro

Sabe aquele aluno que fica com os ombros “colados” na orelha para fazer o exercício? Ele está tencionando essa estrutura.

Pessoas com tendência a deixar o ombro muito tenso criam uma probabilidade bastante grande de lesão.

Algumas pessoas não conseguem conter essa tensão somente ao momento do exercício, mas na verdade apresentam um padrão de movimento tencionado. Observe com cuidado como seu aluno se move e perceba se ele está sempre com os ombros “colados” na orelha. Um padrão desses precisa ser corrigido como urgência!

Se a tensão dos ombros é algo ruim que pode levar a lesão, quer dizer que o movimento de subir os ombros é sempre sinal de problemas? Nem sempre. Caso a pessoa realize o movimento de forma consciente, isso pode ser usado como fortalecimento.

Seu objetivo durante a reprogramação do movimento do aluno deve ser deixar de ter essa tensão como um padrão inconsciente para ser um gesto consciente. A partir disso, podemos trabalhar o movimento para fortalecimento.

Muita gente usa um comando para corrigir a tensão: abaixa o ombro. Eu também já usei esse comando há muito tempo, ao menos até descobrir como ele é incorreto.

Quando eu falo para um aluno abaixar o ombro, ele vai empurrar a articulação para baixo. Dessa maneira os movimentos ficam bem mais difíceis. 

Vamos fazer um teste: empurre os ombros para baixo e tente mover a cabeça de um lado para o outro. Bem mais difícil que fazer isso com os ombros relaxados, não? O aluno sente a mesma coisa.

O comando que eu mais recomendo seria: relaxe os ombros. Assim o aluno compreende que não precisa fazer força para baixo para ficar na posição correta. Insista nesse comando, mesmo que precise usar o toque para ajudar a pessoa a relaxar.

Como acontecem as patologias do ombro?

O ombro é uma articulação com diversos tipos, ângulos e amplitudes diferentes. Além disso, ele é utilizado praticamente a todo momento, em especial em rotinas de treinamento.

Lesões por sobrecarga no ombro são extremamente comuns, especialmente em atletas. Pense numa aula de musculação tradicional, a pessoa faz um grande número de exercícios usando a articulação como supino e elevações frontais.

Os movimentos não são perigosos em si, mas ao combinarmos uma falta de instrução com excesso de carga e exercícios, temos a fórmula perfeita para um machucado. Infelizmente recebemos muitas pessoas que passaram por essa situação.

Para que as lesões tenham uma frequência menor é preciso instruir nossos alunos quanto à carga e intensidade do treinamento, assim como fortalecer as estruturas da articulação para que ela esteja preparada para o exercício.

Principais patologias do ombro

Além das lesões causadas pelo excesso de atividade, também existem as patologias do ombro que acometem essa importante articulação.

Todas elas são problemáticas por diminuir os movimentos funcionais do indivíduo e gerar dor. Algumas vezes, uma patologia leva a outra, precisando de ainda mais atenção do profissional na hora da reabilitação.

Síndrome do Impacto

Essa é uma causadora comum da bursite e da tendinite, sobre as quais falaremos um pouquinho mais a seguir. Além disso, a síndrome do impacto está entre as causas mais comuns de dores no ombro.

Essa síndrome possui causas diversas, como uma deformação no acrômio formando curvo ou de gancho, que dificultam os movimentos do paciente. Outras causas podem ser micro instabilidade da articulação e discinesia escápulo-torácica.

Devido a essas alterações, os músculos do manguito e da bursa são espremidos e levam a um processo inflamatório criando dor no ombro. Com o tempo essa inflamação pode levar a uma lesão nos tendões e criar uma situação bem mais grave.

Quem apresenta síndrome do impacto precisa de um processo de reabilitação bastante focado em aliviar a dor para posteriormente fortalecer as estruturas do ombro. Muitos casos também exigem uma cirurgia para corrigir a formação do acrômio, fazendo com que gere menor estresse sobre tendões e ligamentos.

Tendinite no ombro

Se você atua com trabalhadores que passam muito tempo sentados, tenho certeza que já ouviu muita gente reclamar da tendinite que está atrapalhando. Como o nome já diz, ela é uma inflamação nos tendões da articulação que pode produzir quadros bastante dolorosos.

Alguns fatores de risco podem determinar se uma pessoa vai desenvolver tendinite ou não, como esforço repetitivo, ficar muito tempo numa postura ruim ou esforço intenso.

Já a reabilitação depende de quão rápido for identificado o problema e qual a gravidade do caso. Em geral, quem começa a tratar a inflamação cedo terá uma recuperação mais rápida e fácil, enquanto quem deixa o tratamento para depois encontrará maiores dificuldades.

Felizmente, a maioria dos casos de tendinite no ombro dispensam intervenção cirúrgica e podem ser tratados através do movimento. Alguns profissionais também recomendam a utilização de antiinflamatórios para melhorar a inflamação nos tendões.

Bursite no ombro

Ao redor das articulações existe uma pequena bolsa de líquido que amortece o impacto entre ossos, tendões e musculaturas, a chamada Bursa. Daí que vem o nome bursite, uma inflamação da bursa localizada no ombro.

Assim, como a maioria das patologias do ombro, o principal sintoma da bursite está na dor. Ela costuma ser intensa, impedindo o movimento adequado do ombro e diminuindo as capacidades funcionais do paciente.

Conforme a dor aumenta, o paciente restringe ainda mais seus movimentos no ombro afetado, perdendo mobilidade e piorando o quadro e podendo até levar à capsulite adesiva.

É importante identificar e tratar as patologias do ombro rapidamente. Com o tempo a Bursa tende a ficar calcificada e perder suas habilidades de proteção da articulação.

Capsulite adesiva (ombro congelado)

A síndrome da capsulite adesiva do ombro (CAO) possui diversas causas como síndrome do impacto, bursite evoluída, tendinite, lesões e até mesmo pode surgir espontaneamente.

A dor gerada pela patologia vai aumentando progressivamente, fazendo com que o paciente seja forçado a limitar cada vez mais seus movimentos. Geralmente o problema atinge o ombro do lado não dominante, sendo que em 20% a 30% dos casos, ambos os ombros sofrem com a capsulite.

Existem três etapas na CAO:

  1. Processo inflamatório;
  2. Congelamento do ombro;
  3. Recuperação.

Para a recuperação da capsulite adesiva é possível utilizar fisioterapia, o Método Pilates e medicamentos para a inflamação. Muitos casos também apresentam uma recuperação espontânea onde não existe necessidade de buscar tratamento.

Mesmo que a recuperação aconteça de maneira espontânea, o paciente talvez desenvolva sequelas e não recupere completamente a amplitude de movimento. Por isso é tão importante que um profissional capacitado auxilie na reabilitação.

Como realizar o tratamento das patologias do ombro?

Se o paciente chegou até você, provavelmente ele está com dores, dificuldades para se mover e amplitude de movimento diminuída. E é extremamente comum encontrarmos pessoas que deixaram para buscar ajuda só quando a situação estava insuportável.

Portanto, o primeiro passo de qualquer processo de reabilitação, como já mencionei em outros artigos, é aliviar a dor. No caso de pacientes com patologias do ombro isso também significa recuperar alguns de seus movimentos aos poucos.

Podemos aproveitar essa fase inicial, onde a pessoa apresenta dificuldades de movimentar a área dolorida, para fortalecer musculaturas de base como o core e o glúteo. É importante lembrar sempre que essas regiões sustentam a escápula, serrátil, trapézio e outros.

Estabilização

Por ser uma articulação extremamente móvel, o ombro possui sua estabilidade comprometida na maioria das vezes. Em especial em casos onde existe alguma patologia.

Ao contrário de articulações como o joelho, os ligamentos do ombro não estão preparados para aguentar carga. Portanto, todo o papel de estabilização e mobilidade fica a cargo das musculaturas auxiliares.

Sendo assim, quem possui musculaturas enfraquecidas terá uma articulação extremamente instável e sujeita a lesões. Não é à toa que lesões no manguito rotador estão entre as causas mais comuns de dor nessa região.

Recuperar a estabilidade do ombro é um ponto importantíssimo na recuperação do paciente. Para isso é preciso fortalecer musculaturas do próprio ombro e da cintura escapular, mas elas não são as únicas.

Antes mesmo de chegarmos nos músculos que operam no ombro em si devemos lembrar dos estabilizadores primários do corpo. São eles:

  • Transverso;
  • Reto abdominal;
  • Multifideos;
  • Glúteo;
  • Oblíquos.

Se você quer obter sucesso na reabilitação também deve trabalhar todas as musculaturas do manguito rotador. Elas são responsáveis por boa parte dos movimentos da articulação e com uma forte tendência a lesão se funcionarem incorretamente.

Amplitude de movimento do ombro

Podemos definir a palavra amplitude como o movimento completo de cada articulação. Sabe um grande problema gerado por lesões e patologias do ombro? A diminuição dessa amplitude.

Com uma amplitude de movimento menor, os movimentos funcionais do corpo vão se tornando cada vez mais difíceis. Até fechar o cinto de segurança e pentear o cabelo torna-se um grande esforço para essas pessoas.

São vários os fatores que acabam influenciando na amplitude. Problemas articulares certamente estão entre eles, mas cirurgias, doenças neurológicas e situações de imobilização prolongada também ajudam a piorar a situação.

Note que é sempre importante conhecer o histórico de seu paciente. Hoje ele pode apresentar uma lesão no ombro, mas será que não existe mais alguma coisa por trás dessa lesão, como uma cirurgia que diminuiu seus movimentos?

Portanto, recuperar a amplitude de movimento é um dos objetivos principais da reabilitação. Principalmente porque a recuperação também terá um importante papel no alívio da dor.

Mobilidade de outras articulações

Ok, você trabalhou exaustivamente a mobilidade do ombro do aluno, mas será que ele está completamente recuperado? Caso um trabalho de mobilidade articular não esteja aliado ao trabalho de ombro, talvez ele tenha reincidência da dor ou patologia.

Assim como todas as musculaturas estão conectadas, todas as articulações exercem influência umas sobre as outras.

A coluna torácica, por exemplo, pode prejudicar o ritmo escápulo-umeral. Quando existem disfunções nessa região o ombro fica sobrecarregado. Portanto precisamos trabalhar a coluna torácica em todos seus ângulos de movimento.

Na verdade, é provável que seu aluno tenha falta de mobilidade em outras articulações, mesmo que distantes, aliadas ao problema no ombro. Essa falta pode até causar lesões.

Conclusão

As patologias do ombro criam uma limitação de movimentos que atrapalha todas as atividades diárias. Em momentos onde a dor é mais intensa, a pessoa fica incapaz de realizar atividades simples como levantar o braço.

Um bom processo de reabilitação dessas patologias deve devolver ao paciente a amplitude de movimento original da articulação, restaurar a estabilidade e, principalmente, aliviar a dor.

Podemos fazer isso através de diversos exercícios, lembrando sempre de trabalhar todas as musculaturas envolvidas no ombro e estruturas de base como o core e glúteo.

Não tenha dúvidas, trabalhando as musculaturas corretas, respeitando os limites da dor do paciente e tentando alcançar a melhoria global do corpo a reabilitação é possível.


























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