Junte-se a mais de 150.000 pessoas

Entre para nossa lista e receba conteúdos exclusivos e com prioridade!

Qual o seu melhor email?

A gestação é um momento único e mágico para a mulher. Todas as mudanças no corpo da gestante ocorridas durante este processo envolve mudanças anatômicas e fisiológicas, e a mulher deve estar preparada física e emocionalmente para que estas modificações não impactam de maneira negativa.

Um dos maiores desafios dos profissionais do Pilates é atender de forma eficiente e segura sua paciente ou aluna. 

Nós, instrutores, somos responsáveis por reabilitar, promover a saúde e condicionar as nossas principais ferramentas para fornecer bem-estar para os clientes, e não é à toa que todo cuidado é necessário, principalmente quando se trata desse público.

Neste texto você conhecerá as principais alterações no corpo da gestante durante a gestação, as queixas mais relatadas nesta fase e como aliviá-las. Confira!

Principais mudanças no corpo da gestante

Uma gravidez dura, em média, 38 semanas, porém é dividida em trimestres. As mudanças no corpo da gestante acontecem logo no primeiro trimestre, que vai de 0 a 13ª semana, enquanto o segundo é marcado da 14ª a 26ª semana e no terceiro trimestre, da 27ª a 38ª semana e meia. 

As alterações no corpo da gestante, que ocorrem no decorrer dos trimestres, são mudanças temporárias, porém desaparecem logo após o parto e todas influenciam na funcionalidade da gestante, porém em graus e níveis diferentes.

O útero é o principal órgão que irá se modificar, possui formato de pêra e no decorrer da gestação pode pesar em torno de 1kg e 1,5kg. É pequeno e está localizado na pelve, acima da bexiga e ao longo das semanas irá se tornar um órgão abdominal.

No segundo e terceiro trimestres é quando ocorrem as maiores transformações no corpo da gestante, justamente pelo crescimento do bebê e o desenvolvimento do útero. Os hormônios sexuais femininos atuantes são: estrogênio, progesterona, gonadotrofina coriônica humana, lactogênio placentário e a relaxina.

O volume sanguíneo aumenta com a função principal de nutrição do feto e, em consequência deste aumento, há um crescimento da pressão sanguínea e da pulsação. 

Com o aumento do útero há a compressão dos vasos sanguíneos pélvicos, comprometendo o retorno venoso ao coração entre pélvis, perna e coração, podendo ser uma das condições para o desenvolvimento de veias varicosas e edemas periféricos. 

Como cuidar do aumento da pressão arterial durante a gestação? 

Outras alterações no corpo da gestante, em decorrência da hipervolemia é aumento do débito cardíaco em cerca de 30 a 50% e diminuição da pressão arterial no primeiro trimestre, porém há uma tendência ao aumento da pressão arterial por conta da compressão de veias e artérias conforme o desenvolvimento do útero gravídico.

Devido à ação da progesterona sobre o centro respiratório, as alterações ventilatórias são observadas como aumento do volume corrente e ventilação por minuto, sem o acréscimo da capacidade pulmonar total. 

Há um crescimento do consumo de oxigênio de 15 a 20%, assim como o trabalho respiratório. Alterações anatômicas são observadas devido ao desenvolvimento do útero gravídico como o aumento da caixa torácica cerca de 2 cm de diâmetro, a elevação do diafragma em 4 cm, e as costelas se abrem e elevam. 

Todas estas alterações causam dispnéia, hiperventilação e expiração prolongada. A frequência respiratória aumenta devido ao aporte de oxigênio para o bebê que vai pelo sangue da mãe chegando na placenta para fornecer para a criança.

Principais causas das alterações gastrointestinais em grávidas

As alterações gastrointestinais são comuns em mulheres grávidas, como refluxos, prisão de ventre e hiperemese gravídica (enjoos e náuseas). 

Estes eventos são oriundos de ações hormonais, principalmente da progesterona e prostaglandinas que causam a diminuição do tônus do estômago e da motilina, acarretando o retardo do esvaziamento gástrico.

A progesterona tem uma ação importante no relaxamento da musculatura lisa com o objetivo de preparar a mulher para o parto, porém o seu efeito é sistêmico, relaxando os intestinos que, associados a sua obstrução mecânica pelo crescimento uterino, pode ocasionar prisão de ventre. 

O esôfago também sofre ação hormonal, gerando o retardo no tempo de esvaziamento gástrico e relaxamento do hiato diafragmático, ocasionando refluxo e azia.

Em relação ao sistema musculoesquelético, o peso das mamas e da barriga faz com que o centro da gravidade se desloque para frente, sendo a principal mudança no corpo da gestante.

A barriga pesa, podendo aumentar a lordose lombar ou como um mecanismo de compensação postural e readequação do equilíbrio a gestante pode retificar a pelve. Estas alterações podem ocasionar compressão ciática, dores nas costas por sobrecarga na musculatura paravertebral e impacto articular.

Há ainda um afastamento das escápulas, aumentando a cifose torácica e hiperextensão de joelhos por compensação. 

O aumento do volume abdominal e consequente distensão das fibras musculares dos músculos reto e transverso abdominal podem gerar dor e fadiga devido à sobrecarga da musculatura antagonista paravertebral, além das modificações na angulação pélvica que desencadeiam algias.

Estas modificações corporais, se associadas ao sedentarismo, prejudicam diretamente a mobilidade corporal global durante a gestação, com redução da velocidade da marcha e da capacidade funcional, sendo frequente a dispnéia.

5 dicas de como evitar a dor lombar em gestantes

1. Realize exercícios de controle do centro postural

Ensinar a gestante a realizar a ativação muscular correta, bem como um trabalho respiratório adequado, utilizando o diafragma, contração do transverso do abdômen, multífidos e músculos do assoalho pélvico são fundamentais.

Ensinando este controle neuromuscular desde o início da gestação, fará com que a mulher tenha maior consciência das mudanças no corpo da gestante, e também durante suas atividades da vida diária, conseguindo levar toda a gestação sem dores ou com o mínimo de incômodo.

2. Avalie os movimentos e faça as correções necessárias

Muitas das causas das dores lombares na gestação são devido à postura ergonômica e ainda a movimentação da gestante de maneira inadequada.

Orientações sobre boa postura dependerá da avaliação de cada gestante, pois cada uma possui suas características intrínsecas e fatores externos que influenciarão em sua postura e, consequentemente, nas dores.

Assim, avaliar como a gestante se senta, dorme, realiza sua transferência de peso e como caminha é importante para observar as possíveis compensações e então saber o momento de interferir e corrigir adequadamente.

3. Controle o peso

Controlar o ganho de peso durante a gravidez é importante para evitar várias doenças gestacionais como diabetes e hipertensão, bem como o aparecimento de dores musculoesqueléticas.

Ingerir alimentos saudáveis como frutas, verduras, legumes, alimentos integrais, proteínas como carne branca e ovos, auxiliam neste controle, porém a orientação de um nutricionista e/ou de um médico especialista em nutrição é o mais adequado, pois somente eles saberão a quantidade adequada de calorias e nutrientes para cada situação.

4. Seja ativa durante a gestação

Já está consagrada na literatura que o exercício físico tem papel fundamental na gestação, trazendo vários benefícios para a futura mamãe e o bebê. Exercícios como caminhada, Pilates, hidroginástica, natação e outras modalidades ajudam a prevenir que as dores lombares apareçam. 

Assim como o hábito alimentar saudável, a orientação de um profissional do movimento (fisioterapeuta ou profissional de educação física) é fundamental durante este processo, para que a gestante treine com segurança.

5. Se a dor aparecer, faça tratamentos alternativos

Se a dor aparecer, ela pode ser amenizada ou até resolvida com fisioterapia (terapia manual, fisioterapia convencional) e orientações para serem realizadas em casa como termoterapia, uso de cintas pélvicas e massagens.

Conclusão

As dores na região lombar durante a gestação são comuns, porém não são normais. Orientação e esclarecimentos desde o início é fundamental para que a gestação seja um momento único e prazeroso para a mulher, para que fique tranquila perante as mudanças em seu corpo de gestante, livre de sofrimento e dores.

Referências Bibliográficas

SEBBEN, Vanessa et al. Tratamento hidroterapêutico na dor lombar em gestantes. Rev Perspectiva, v. 35, n. 129, p. 167-75, 2011.

COTA, Maria Eduarda; METZKER, Carlos Alexandre Batista. Efeitos do método Pilates sobre a dor lombar em gestantes: uma revisão sistemática. Revista Ciência e Saúde Online, v. 4, n. 2, 2019.

SILVA, Ruana Glicya Lima et al. IMPACTO DA DOR LOMBAR EM GESTANTES E PRINCIPAIS INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS: UMA REVISÃO DA LITERATURA. Científic@-Multidisciplinary Journal, v. 8, n. 2, p. 1-9, 2021.

BORGES, Alexandra. A intervenção da fisioterapia na dor lombar em gestantes: revisão bibliográfica. 2021. Trabalho de Conclusão de Curso. [sn].

SILVA, Erico Roberto Melo; AQUINO, Thyago Thadeu Fiares; SOBRAL, Gabriela Irina Silva. O exercício físico e seus benefícios na melhora da dor lombar em gestantes. 2019.


























Grupo VOLL

Formação Completa em Pilates (Presencial)

O nome deve ter no mínimo 5 caracteres.
Por favor, preencha com o seu melhor e-mail.
Por favor, digite o seu DDD + número.