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Atualmente, a lombalgia é considerada um problema tanto de saúde, quanto socioeconômico, representando uma das principais causas de incapacidade e absenteísmo no Brasil.

A estimativa é que até 84% dos adultos sofrerão pelo menos um episódio de dor lombar em suas vidas. Além disso, cerca de 40% desses pacientes desenvolverão cronicidade do caso, ou seja, dor lombar com duração superior a três meses. Segundo, MEIRA et al. 2012, no Brasil, cerca de 10 milhões de brasileiros já estão incapacitados.

A dor na região lombar ou lombalgia, como é conhecida, é a condição musculoesquelética mais comum na sociedade. A dor na maioria das vezes chega a incapacitar as atividades diárias (AVD’s), como os trabalhos domésticos, escovar os dentes, amarrar um sapato, dirigir, trabalhar muito tempo sentado entre outras.

Essas dores podem até impedir a realização de suas atividades no trabalho o que leva o afastamento da função. Os índices de pessoas em situação de perícia médica (o conhecido “encostado do INSS”) devido à lombalgia crescem exponencialmente nos estabelecimentos de saúde.

Sendo assim, se torna cada vez mais comum e prevalente os casos de pacientes que chegam aos Studios de Pilates queixando-se de dor lombar intensa e buscando um tratamento.

Visando auxiliar e direcionar profissionais que trabalham com o Método Pilates a revisar conceitos teóricos e práticos relacionados ao tratamento da lombalgia, fizemos um texto completo, com todas as informações necessárias para realizar um bom tratamento da lombalgia com o Pilates.

O que é a Lombalgia?

A lombalgia pode ser caracterizada como um quadro de dor, desconforto ou fadiga muscular localizada abaixo da margem das últimas costelas e acima das linhas glúteas inferiores.

Geralmente, as dores são caracterizadas por queimações, ligeiros desconfortos e crises que levam à incapacidade de permanecer ereto para caminhar ou, simplesmente, ficar em pé.

Além disso, pode ocorrer ou não irradiação para os membros inferiores, e em alguns casos também para a região inguinal e abdominal.

O diagnóstico dependerá de uma boa conversa com o paciente, além de um exame físico bem feito. Exames de imagem não costumam ser solicitados, mas podem ser essenciais para a confirmação ou descarte de uma suspeita.

A radiografia da região, normalmente, é solicitada nos casos de lombalgia persistente por mais de 4 semanas, de acordo com alguns guias de condutas.

É válido ressaltar que a lombalgia não deve ser considerada exclusivamente como uma patologia, mas sim um sintoma decorrente de uma alteração musculoesquelética ou neurológica.

Desta forma, os quadros de lombalgia podem ser classificados como:

  • Agudo (quando ocorre um início súbito e com duração menor ou igual a seis semanas)
  • Subagudo (com duração de seis a doze semanas), crônico (com duração superior a doze semanas)
  • Crônico agudizado (quando o início ocorreu há mais de três meses, houve remissão dos sintomas, e em seguida uma recidiva do quadro álgico caracterizando os chamados “períodos de crise”).

Tipos de Lombalgia

É importante lembrar que para a avaliação, questione seu paciente/alunos sobre a rotina em casa, no trabalho, na hora de lazer. Dessa forma, não será difícil identificar o tipo e a classificação da lombalgia.

Sendo assim, vamos às classificações, lembrando que ela pode ser classificada de acordo com a sua duração.

Lombalgia Aguda

É a mais comum. Aparece rapidamente e pode ser tratada apenas com repouso. É uma condição recorrente. Apesar de 90% dos pacientes relatarem melhora do quadro álgico espontaneamente em 4 a 7 semanas, há tendência de os sintomas dolorosos reaparecerem. Inclusive, durante o período de um ano, mais de 50% dos pacientes com lombalgia aguda podem apresentar novo episódio.

Lombalgia Crônica

É caracterizada por dor e por uma síndrome incapacitante, que perdura após o terceiro mês. Muitas vezes, tem início impreciso e quadros instáveis e recorrentes de melhora e piora.

Lombalgia Mecânica Comum ou Lombalgia Inespecífica

Nesse caso, não se acha um fundamento para a causa, é a forma anatomoclínica inicial de apresentação e a mais prevalente das causas de natureza mecânico-degenerativa.

Uma característica importante da lombalgia inespecífica é o desequilíbrio do centro de gravidade corporal durante movimentos funcionais, ou seja, ocorre um desequilíbrio entre a carga funcional – que representa o esforço requerido para realização de atividades laborais ou de vida diária – e a capacidade funcional – que representa o potencial para execução destas atividades.

Outros elementos presentes no quadro da lombalgia inespecífica são:

  1. Dor com sensação de peso
  2. Piora do quadro com esforço físico (principalmente à tarde)
  3. Alívio com o repouso
  4. Ausência de alterações neurológicas e de contratura muscular
  5. Ausência de postura antálgica, havendo associação com hábitos de sedentarismo e adoção de posturas inadequadas.
  • Lombalgia Específica: É aquela relacionada com alguma causa morfopatológica, como as hérnias discais, espondilolistese, estenose do canal raquidiano, tumores, fraturas vertebrais, infecções e doenças inflamatórias da coluna lombar. É diagnosticada em menos de 15% dos casos.
  • Lombalgia Ocupacional: Causada por trabalhos que exigem muito tempo sentado ou em pé, excessivo carregamento de carga, vibração, posturas não ergonômicas.

O quadro tende a se agravar se o indivíduo não tiver um preparo físico ou peso ideal para exercer as atividades.

Deste modo, com uma cuidadosa e minuciosa avaliação você poderá orientar seus pacientes, informando as posturas corretas que poderão ser utilizadas tanto nas atividades de vida diárias (AVD’s) como na profissional.

Quais as Principais Causas da Lombalgia?

A lombalgia tem como causas algumas condições como:

  • Congênitas
  • Degenerativas
  • Inflamatórias
  • Infecciosas
  • Tumorais
  • Mecânico-Posturais – esta última (já citada anteriormente como lombalgia inespecífica) representa a maior parte das dores relacionadas à coluna que são referidas pela população.

Portanto, a lombalgia não decorre somente de doenças específicas, mas sim de um conjunto de causas, como por exemplo, fatores sócio-demográficos (idade, sexo, renda e escolaridade), comportamentais (fumo – já que o tabagismo influencia na nutrição do disco intervertebral aumentando sua chance de degeneração, tornando mais frequente a incidência de dor lombar – e o sedentarismo).

Dentre as principais causas mecânico-posturais, podem ser citadas as seguintes:

  • Atitudes Habituais ou Laborais (permanência em bipedestação ou sedestação por tempo prolongado)
  • Obesidade
  • Abdome em Pêndulo
  • Visceroptose
  • Desvios Posturais em Geral – ascendentes ou descendentes – que causam uma distribuição desigual da pressão (no caso da obesidade um aumento da pressão) sobre as estruturas (como discos intervertebrais, raízes nervosas, articulações interapofisárias, e ligamentos intervertebrais) gerando o quadro álgico.

Além desse aumento de pressão sobre as estruturas acima citadas, o paciente obeso apresenta ainda a flacidez e a distensão da parede abdominal impedindo um suporte adequado para a coluna vertebral.

Porém, sexo feminino, idade superior a 45 anos, alcoolismo, tabagismo, fatores psicológicos e profissionais, são as principais condições de risco, segundo o programa nacional de doenças reumáticas.

Método Pilates pode auxiliar no Tratamento

Diversos estudos comprovam a efetividade da prática de exercícios físicos supervisionados por profissionais devidamente habilitados no tratamento da lombalgia, mais especificamente nos quadros crônicos.

Alguns estudos demonstram que nestes casos há uma redução na área de secção transversa em músculos específicos (como os multifídos e o transverso abdominal), além do retardo no tempo de ativação destes músculos.

A elaboração de um programa de exercícios que fortaleçam a musculatura abdominal e paravertebral irá atuar na melhora da relação de equilíbrio agonista – antagonista e, consequentemente, vai melhorar a dor, a postura e o equilíbrio, permitindo uma qualidade de vida melhor.

Isso porque os exercícios de Pilates são realizados seguindo os princípios do Método: concentração, centralização, fluidez, respiração, precisão, controle, consciência corporal e relaxamento. A partir desses princípios, desenvolve-se o equilíbrio musculoesquelético, a respiração apropriadal, o alinhamento postural e estabilização.

Mas o Pilates proporciona muito mais que estabilização.

O Método pode, através do controle motor e organização, garantir conforto e segurança na execução dos movimentos realizados ao longo do dia.

Para se ter uma ideia, o alongamento axial –  cuja finalidade é promover ideal e sincrônica movimentação da coluna vertebral, evitando desequilíbrios – pode explicar a diminuição de muitas dores na lombar baixa. E, com uma correta organização da coluna vertebral e de suas estruturas adjacentes, é possível evitar lesões.

Nesse contexto, trata-se nada mais, nada menos que da musculatura do core (ou Power House) – tão conhecido e trabalhado no dia-a-dia dos instrutores de Pilates. Vamos ver mais sobre a estabilização do Core.

Estabilização do Core

O core pode ser descrito como a área entre a parte inferior da caixa torácica até uma linha que liga as articulações do quadril anteriormente à base das nádegas posteriormente.

Joseph Pilates colocou grande ênfase no core, considerando-o um centro físico do corpo a partir do qual todos os movimentos de Pilates devem originar-se.

Muitos exercícios do Método Pilates são projetados para fortalecer o core e almeja-se mantê-lo funcionando de forma consistente ao longo de um determinado exercício. Se o core estiver sendo utilizado de modo adequado, os membros devem ser capazes de se mover de modo mais coordenado e interligado.

Pode-se pensar na estabilidade do core como a capacidade de manter a pelve e a coluna vertebral na posição desejada durante os movimentos dos membros ou de todo corpo pelo espaço, sem distorções ou compensações indesejadas.

Normalmente, se diz que alguém que não está mantendo o controle desejado sobre essa área em um dado movimento e que hiperestende a parte lombar da coluna vertebral ou move a pelve excessivamente, essa pessoa tem um core fraco ou demonstra má estabilidade ou mau controle do core.

Sendo assim, o fortalecimento do core proporcionado pelos exercícios do Método Pilates pode ser considerado como o ponto-chave para o tratamento da lombalgia.

A figura abaixo mostra os principais músculos que compõem a anatomia do core.

Ainda se tratando da estabilidade da musculatura do core, há descrições na literatura que afirmam que essa musculatura responsável pela estabilidade da coluna pode ser subdividida em dois sistemas:

1) Sistema Global – Que inclui o reto abdominal, oblíquo abdominal externo e a parte torácica lombar do ileocostal, e proporciona a estabilidade global do tronco.

2) Sistema Local – que é composto pelo multífido lombar, transverso abdominal, diafragma, fibras posteriores do oblíquo interno e quadrado lombar, responsáveis por fornecer estabilidade segmentar e controlar diretamente os segmentos lombares.

Estudos realizados por meio de ressonância magnética confirmam o fato de que a contração do transverso do abdômen, melhora a estabilização da região lombo-pélvica, o que contribui fortemente para a melhora da dor lombar. (Hides et al, 2006)

Sendo assim, considerando o exposto nos parágrafos acima, pode-se afirmar que a principal justificativa para o fato de o Pilates ser uma ferramenta tão importante na reabilitação de indivíduos com lombalgia, é a anatomia do corpo humano, visto que todos os princípios do método quando utilizados na reabilitação são baseados nas alterações anatômicas apresentadas em cada patologia ou sintoma álgico.

Avaliação do Quadro de Lombalgia Antes, Durante e Após o Pilates

Uma dúvida frequente entre os profissionais é saber como avaliar de maneira fidedigna a dor lombar, e saber se o Método Pilates realmente é eficaz como ferramenta de reabilitação. Pode-se dizer que há dois tipos de avaliação que podem fazer essa comparação de antes e após o tratamento com o pilates.

O primeiro tipo é uma avaliação qualitativa, ou seja, mais subjetiva, realizada por meio da aplicação de um questionário específico para lombalgia – o Questionário de Oswestry de Lombalgia.

Este questionário, além de avaliar a intensidade da dor, também inclui questões relacionadas à realização de AVD’s, como cuidados pessoais (vestir-se, tomar banho, etc.), levantar objetos, caminhar, sentar, ficar em pé, dormir, locomoção, vida sexual, e vida social.

Sendo assim, este questionário fornece informações importantes sobre como um método de tratamento pode influenciar na qualidade de vida do indivíduo que sofre com a lombalgia.

Outra forma subjetiva de avaliação é a Escala Visual Analógica (EVA), onde o paciente gradua sua dor dentro de uma escala que vai de zero (0) a dez (10), sendo que a menor graduação equivale à ausência de dor, e a maior graduação equivale à dor máxima referida pelo indivíduo.

Além das ferramentas de avaliação qualitativa citadas acima, o profissional também pode quantificar os resultados obtidos com o tratamento por meio do Método Pilates, utilizando uma avaliação quantitativa.

Mas como quantificar a dor?

Não necessariamente precisamos quantificar a dor, já que isso pode ser realizado por meio da EVA, citada acima. Mas é possível quantificar as mudanças ocorridas no ponto de vista postural e funcional.

Isso inclui principalmente uma avaliação postural do indivíduo (antes e após algumas sessões/aulas de pilates) – podendo inclusive utilizar algum software de avaliação postural para auxiliar nas medições e angulações mais precisas.

Bem como uma avaliação funcional geral (por meio de visualização ou até por gravação de imagens em vídeo), observando as alterações e compensações posturais que ocorrem em movimentos específicos, tais como o agachamento, a ponte, a prancha e a marcha.

Essa avaliação postural dinâmica para verificar as alterações que apresentadas durante a realização dos movimentos também é muito importante para saber em qual nível o indivíduo se encontra para realização dos exercícios de pilates (iniciante, intermediário ou avançado).

Avaliando também qual o grau de consciência corporal que esse indivíduo apresenta e como isso pode interferir na evolução dos exercícios.

Lembrando que o ideal é sempre iniciar as sessões/aulas com exercícios focados na estabilização da coluna lombar, garantindo assim a evolução do tratamento com a segurança de que a musculatura que precisa ser fortalecida encontra-se devidamente estabilizada, para então promover a melhora do quadro álgico.

É válido ainda ressaltar que antes de iniciar qualquer tratamento ou exercício, é importante que o indivíduo passe pela avaliação de um profissional devidamente qualificado, principalmente médicos e fisioterapeutas.

Além disso que realize exames de imagem (raio-X e ressonância magnética) para caracterizar mais especificamente a origem da dor, direcionando melhor as escolhas do profissional para evolução do tratamento.

Exercícios de Prevenção da Lombalgia Através do Pilates

Para a prevenção da dor lombar, é fundamental não descuidar da postura, seja no trabalho, nos serviços domésticos e também durante a prática de exercícios físicos.

Isso porque se o alinhamento vertical da coluna vertebral estiver correto, o corpo realiza os movimentos de maneira muito mais eficaz, evitando a sobrecarga em determinadas regiões.

Neste contexto, o foco maior para a prevenção da dor lombar durante o Pilates é a manutenção da contração dos músculos do core, mais especificamente o transverso do abdome.

Desta forma, pode-se afirmar que todos exercícios do método Pilates, quando realizados de forma correta, com supervisão adequada e respeitando todos os seus princípios básicos, além de ser eficaz no tratamento da lombalgia, também tem importante atuação na prevenção de lesões e desconfortos.

Restrições de Exercícios para Pacientes com Lombalgia

Como já vimos, o Pilates é um dos melhores “remédios” para tratar a dor, especialmente a lombalgia. Mas, será que há contraindicações?

Alguns exercícios, principalmente os que utilizam a extensão da coluna com elevação dos membros inferiores e superiores, como o The Swan – Dive são prejudiciais para quem tem protusão discal ou hérnia discal. A carga imposta na lombar neste exercício é maior que 4.000 Newtons, ou seja, uma carga de aproximadamente 408Kg.

Então, sabemos que uma pequena flexão da coluna vertebral diminui o estresse aplicado sobre a articulação interapofisária e reduz o risco de lesão. Entretanto, a flexão com sobrecarga aumenta o risco de lesão.

As forças de cisalhamento sobre o disco intervertebral e articulações interapofisárias aumentam a sobrecarga em até 200% quando o movimento de torção é adicionado à flexão, gerando ainda mais lesão.

Deste modo, todos os exercícios que envolvam os movimentos de torção e flexão associados são expressamente contraindicados para pacientes com lombalgia.

Outro movimento em que se deve ter precaução durante sua realização é o agachamento com resistência. Seja das molas dos equipamentos ou outros dispositivos, visto que o agachamento com carga também aumenta as forças de cisalhamento sobre as estruturas da coluna vertebral.

Porém, isso não significa que o agachamento não pode ser realizado, mas sim que os cuidados devem ser redobrados. Principalmente quanto ao posicionamento neutro da pelve sem aumentar a hiperlordose lombar durante o movimento.

Além disso, os alongamentos que comprimem o nervo ciático são contraindicados para quem tem dor lombar com irradiação para os membros inferiores. Isso acontece porque os nervos passam por dentro da musculatura e não superficialmente a eles, podendo ocorrer devido a uma lesão muscular que secundariamente acomete o nervo.

Portanto, ao alongar o músculo, esse nervo também é alongado diminuindo o seu calibre e dificultando ainda mais sua nutrição, causando dor devido a essa má nutrição tecidual.

Nossa dica é substituir os alongamentos na região do trajeto do nervo por mobilização neural, que é uma técnica que mobiliza o nervo através de movimentos específicos, efetivando a microcirculação intraneural.

Então, além de restrição de alguns exercícios, há também os cuidados no geral a serem tomados com esses pacientes…. Você sabe quais são eles?

Cuidados durante o Tratamento da Reabilitação da Lombalgia

O principal cuidado a ser tomado durante a realização dos exercícios para tratamento da lombalgia, está relacionado ao posicionamento neutro da pelve, com a finalidade de estabilização da coluna lombar por meio da ativação correta da musculatura do core.

Portanto, pode-se dizer que a chave para o sucesso do tratamento por meio do Pilates é a estabilização do tronco e a neutralidade da pelve, potencializando as contrações musculares adequadas e protegendo as articulações de sobrecargas excessivas causadoras de lesões.

Além disso, há alguns cuidados que o próprio paciente pode tomar no dia a dia, que vão contribuir para a eficácia do tratamento e diminuir as dores.

Orientar sobre as posturas durante a vida diária e profissional é de fundamental importância para o tratamento.

Não adianta o seu aluno passar três horas semanais realizando exercícios do Pilates para que após as aulas retomem as posturas incorretas que o levaram a causa da lombalgia.

Pensando nisso, vamos passar uma lista desses cuidados com a postura, que devem ser orientadas e realizadas desde a primeira aula de Pilates. Assim, antes, durante e depois da aula, os alunos não vão esquecer a lição: Postura Correta!

Levantar-se da Cama

Utilizar os músculos abdominais e os paravertebrais para se erguer pode gerar desconforto nas costas logo ao raiar do dia.

A forma correta, em vez disso, seria o de apoiar-se nos braços, enquanto coloca as pernas para fora da cama. Lembrando que os movimentos devem ser lentos ao acordar.

Amarrar os Sapatos

É proibido inclinar-se para frente afim de alcançar o cadarço.

Há quem sugira cruzar as pernas, porém, na prática, algumas pessoas têm dificuldades para chegar a essa posição, principalmente em ambos os lados. Uma alternativa simples para este problema é buscar um apoio que eleve o pé, sem precisar curvar-se para alcançá-lo.

Escovar os Dentes

Evite curvar-se para frente, abaixando demais a cabeça sem a contração abdominal.

Essa posição poderá causar uma sobrecarga no pescoço e na região lombar. O certo é inclinar-se um pouco para frente, de modo que o quadro gere essa inclinação e não a coluna. Contraia um pouco os músculos abdominais e apoie uma das mãos na pia e um dos pés em banco pequeno.

Usar o Computador

Um dos ambientes de trabalho que causam mais transtornos à coluna devido a postura incorreta em frente ao computador, é o escritório.

Em muitos lugares, os computadores não estão expostos da maneira ergonômica correta para cada profissional. Para isso, é necessário que o indivíduo se adapte e procure as melhores posições.

Comece pela tela: mantenha uma distância de um braço e alinhe o topo da tela com a sua linha de visão. Se você utiliza lentes progressivas, coloque o monitor um pouco mais abaixo, evitando a extensão do pescoço.

O encosto da cadeira deve estar sempre em contato com a lombar e bem próximo ao quadril. Os punhos devem ser apoiados em um lugar confortável.

Os cotovelos devem ser mantidos sempre apoiados, se a cadeira não apresenta brações reguláveis, mantenha-os na mesa. Os joelhos devem estar em um ângulo de 90 graus e os calcanhares mantidos no chão ou em uma rampa de apoio.

Dormir

Evite dormir em decúbito ventral, principalmente se você tem dores na coluna com irradiação do nervo ciático.

Procure dormir em decúbito lateral, utilizando um travesseiro na cabeça e outro entre os joelhos, preservando o alinhamento da coluna.

Pegar uma Criança no Colo

Quem é mãe sabe o quanto é bom chegar em casa após o trabalho e ser recebida com a alegria do seu filho em te ver.

Por isso, ao tirá-lo do chão e abraçá-lo, devemos ter alguns cuidados. Ajoelhe-se em vez de flexionar a coluna quando for envolvê-lo em seus braços. Na hora de se levantar, deixe-o bem junto ao seu tórax.

Dirigir

A região lombar está muito afastada do assento?

Isso faz com que todo o corpo perca o alinhamento adequado. Não deve ficar com a cabeça afastada do seu apoio, os joelhos muito flexionados, os pés ficam muito próximos dos pedais e as mãos ficam muito elevadas, causando tensão nos ombros.

Use uma pequena almofada como suporte lombar para ficar mais confortável e evitar dores na coluna. Os joelhos devem estar alinhados com os quadris ou um pouco acima.

O corpo deve estar apoiado bem no assento e encosto do banco, o mais próximo possível de um ângulo de 90° graus. Os joelhos devem permanecer levemente flexionados, afim de que os pés consigam alcançar os pedais. Evite apoiar a cabeça no encosto, deixando-a na altura da mesma.

Os cotovelos do motorista devem ficar em uma leve flexão, de forma a garantir liberdade dos movimentos.

 

Concluindo…

Tendo em vista que a dor lombar é considerada atualmente um dos principais problemas de saúde e socioeconômico em âmbito mundial, torna-se importante a existência de diversas ferramentas para o tratamento da mesma.

Dentre estas ferramentas encontra-se o Método Pilates que vem demonstrando grande eficácia nos casos de lombalgia principalmente pela adaptação utilizada durante a execução dos movimentos, sempre de acordo com a sintomatologia e a individualidade de cada paciente/aluno.

O principal fator responsável pela importância do Método Pilates no tratamento da lombalgia é o fortalecimento da musculatura do core, em especial o músculo transverso do abdome, que tem como função a estabilização da coluna vertebral.

Desta forma, o embasamento científico em aspectos morfológicos, biomecânicos e clínicos envolvidos no controle e estabilização do core, leva à conclusão de que a prática segura dos exercícios do Método Pilates é considerado eficaz no tratamento da lombalgia.

E é capaz de promover a integração corpo-mente, respeitando os limites de cada paciente/aluno e melhorando significativamente a qualidade de vida dos indivíduos.

Além de outros benefícios como melhora da força, da flexibilidade, da consciência corporal, da propriocepção….

Bem como o manter-se ativo, engajado em uma atividade física regular, tão importante para o controle dos quadros álgicos, mostrando-se mais uma opção nos recursos disponíveis para uma intervenção diferenciada e específica.

 

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