Diante do mundo competitivo em que vivemos, para maiores e melhores resultados, conseguindo uma boa produtividade e ascensão no ambiente de trabalho, seja presencial ou home office, as doenças ocupacionais são o grande foco da nossa realidade e merecem atenção.
As Lesões por Esforço Repetitivo (LER) ou os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORTS) são os nomes dados às afecções de músculos, tendões, sinóvias, nervos, fáscias, ligamentos combinadas ou isoladas com ou sem degeneração de tecidos, que podem atingir qualquer parte do corpo pelo uso repetitivo e forçado de estruturas resultando em dor ou fadiga.
Uma das maneiras de prevenção para amenizar estes problemas dentro de uma empresa incluem: adaptações ergonômicas no ambiente de trabalho, pausas e descanso ativo durante a jornada.
A ginástica laboral é uma das formas de auxiliar para que as doenças ocupacionais não se instalem entre os trabalhadores, melhorando assim o ambiente de trabalho e a relação entre os funcionários e a empresa. Ela visa a promoção da saúde, melhora as condições de trabalho e aumenta a produtividade, gerando um maior retorno financeiro à companhia.
Continue a leitura para entender como a ginástica laboral pode ajudar o funcionário no ambiente de trabalho!
O que é a ginástica laboral?
A ginástica laboral é um tipo de atividade física planejada e aplicada no ambiente de trabalho durante o expediente com o objetivo principal de manutenção da saúde e prevenção das doenças ocupacionais, como as Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomioarticulares Relacionados ao Trabalho (DORTS).
A ginástica laboral busca criar um espaço, no qual os trabalhadores exerçam exercícios físicos e pensem no cuidado da saúde, por livre espontânea vontade. Este tipo de atividade deve ser muito bem planejada e organizada, pensando nos objetivos que se quer alcançar e as características do ambiente de trabalho.
Um tipo de modalidade que trabalha as questões físicas, como também a mente e estimula o autoconhecimento, pois auxilia na ampliação da consciência e autoestima, além de proporcionar um melhor desenvolvimento emocional consigo e com os colegas.
3 classificações da ginástica laboral
Pode ser classificada quanto ao horário de execução:
1. Ginástica preparatória
Executada no começo do expediente de trabalho. Visa o aquecimento e a preparação dos músculos e das articulações que serão utilizadas no trabalho, prevenindo acidentes, distensões musculares e doenças ocupacionais.
2. Ginástica compensatória
Executada no meio do expediente após 3 ou 4 horas do início do trabalho. Geralmente este tipo é ministrado antes ou após o maior turno (almoço ou jantar).
Visa impedir que se instale vícios posturais das atividades da vida diária e do ambiente de trabalho com exercícios que trabalham músculos pouco solicitados e relaxar os que são muito trabalhados.
3. Ginástica relaxante
Executada no fim do expediente. Indicada para trabalhadores que atendem o público bancário e de outras áreas com estas características.
Massagens, relaxamento e extravasamento das tensões acumuladas nas regiões dorsal, cervical, lombar, sola dos pés e ombros.
Objetivos das ginásticas laborais
Ginástica laboral preparatória
Prepara o trabalhador para as atividades de força, velocidade ou resistência.
Ginástica laboral de compensação
Previne vícios posturais e visa a melhora da organização corporal dentro do ambiente de trabalho.
Ginástica laboral corretiva
Restabelece o equilíbrio muscular e articular. Destina-se a um grupo reduzido de pessoas que apresentam a mesma característica postural e é realizada em outro momento fora da sessão de ginástica laboral comum.
Neste tipo de ginástica é recomendável para a condução são o terapeuta ocupacional e fisioterapeuta.
Ginástica laboral de manutenção
Manutenção e equilíbrio morfofisiológico. Tipo de programa de condicionamento físico que visa prevenir e/ou reabilitar as doenças crônico-degenerativas como diabetes, cardiopatias e obesidade.
Neste tipo de ginástica o professor de educação física é o profissional mais indicado.
Benefícios da ginástica laboral
Os benefícios são inúmeros, não apenas para o colaborador, mas para a empresa, como:
- Prevenção da LER/DORT;
- Melhora do relacionamento interpessoal;
- Alívio das tensões e dores corporais;
- Diminuição de licenças médicas;
- Menor custo com assistência médica;
- Mudança do estilo de vida dos trabalhadores;
- Aumento da produtividade;
- Menor investimento em mão-de-obra;
- Maior retorno financeiro para as empresas.
5 exercícios para quem trabalha em Home Office
1. Alongamento e mobilidade da coluna vertebral
Posição inicial: Em pé, apoiado em uma cadeira ou na parede, afaste as pernas (joelhos pode ficar semiflexionados ou estendidos) e deixe os braços estendidos.
Execução: Leve seu quadril para trás mantendo o tronco e os braços estendidos. Retorne “enrolando a coluna” (faça a figura de um “C” com o quadril e as costas). Realize de 5 a 8 repetições.
Dicas: Procure realizar o movimento lentamente coordenado com a respiração (inspire na posição e expire quando realizar o movimento).
2. Mobilidade de tornozelos e fortalecimento da panturrilha
Posição inicial: Em pé, apoiado em uma cadeira ou parede, com pernas paralelas e joelhos estendidos.
Execução: Mantendo os joelhos estendidos, suba na ponta dos pés (retire os calcanhares do chão) e retorne à posição inicial. Realize de 5 a 10 repetições.
Dicas: Procure realizar o exercício coordenado com a respiração. O mesmo movimento pode ser realizado flexionando o joelho alternadamente.
3. Alongamento de punhos e antebraços
Posição inicial: Sentado ou em pé em boa postura.
Execução: Faça uma flexão de ombro a 90º com um dos membros superiores e em seguida estenda o punho (dedos da mão para cima). Com a outra mão faça um alongamento assistido empurrando os dedos para trás. Repita com o outro membro. Fique na posição de 20 a 60 segundos.
Dicas: Outro exercício de punho pode ser realizado com a mão em flexão (dedos da mão para baixo). O alongamento pode ser realizado em uma série, porém conforme a necessidade, pode ser repetido.
4. Relaxamento do pescoço
Posição inicial: Sentado ou em pé em boa postura.
Execução: Realize todos os movimentos da coluna cervical: Flexão, extensão, flexão lateral, rotação e circundução. Os primeiros quatro movimentos podem ser realizados de maneira dinâmica (5-8 repetições) ou na posição sustentada (30 segundos na posição).
Dicas: Combine este relaxamento com a respiração e conforme vá realizando os movimentos, relaxe as outras estruturas vizinhas como ombros, braços. Caso sinta dor durante o movimento, interrompa e procure auxílio de um profissional.
5. Relaxamento dos ombros
Posição inicial: Sentado ou em pé em boa postura.
Execução: Realize todos os movimentos escapulares: elevação, depressão, retração, protrusão e circundução dos ombros para frente e para trás. Realize de 6 a 10 repetições.
Conclusão
A ginástica laboral é uma alternativa para minimizar os impactos relacionados às doenças ocupacionais, pois é um tipo de trabalho de conscientização e mudança de estilo de vida, melhorando o ambiente de trabalho. Porém, o trabalho da ginástica isoladamente não trará resultados significativos.
É necessária a colaboração e empenho dos gestores, investimentos na segurança do trabalho e médicos ocupacionais para que os resultados positivos apareçam tanto para os trabalhadores como para a empresa.
Referências Bibliográficas
MENDES, R. LEITE, N. Ginástica laboral: princípios e aplicações práticas. Barueri: Manole, 2a. Edição, cap. 6 In Press.
MONTEIRO, W. D. Aspectos fisiológicos e metodológicos do condicionamento físico na promoção da saúde. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde,v.1, n.3, p. 44-58, 1996.
DE LIMA, Valquíria. Ginástica laboral: atividade física no ambiente de trabalho. Phorte Editora, 2018.
DOS SANTOS, Andréia Fuentes et al. Benefícios da ginástica laboral na prevenção dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, v. 11, n. 2, 2007.
CANDOTTI, Claudia Tarragô; STROSCHEIN, Rosemeri; NOLL, Matias. Efeitos da ginástica laboral na dor nas costas e nos hábitos posturais adotados no ambiente de trabalho. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 33, n. 3, p. 699-714, 2011.
