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Nós sabemos que qualquer dor no quadril será extremamente limitante para o aluno e isso se torna especialmente real quando falamos de bursite de quadril. Por isso é importante entender o tratamento e como realizar com movimentos para fazer o melhor trabalho possível, agregando todos os benefícios e dando mais qualidade de vida ao aluno.

Quer aprender a realizar o tratamento de bursite de quadril? Então continue lendo esta matéria para aprender com detalhes.

Anatomia e biomecânica do quadril

Dependendo de qual a área que você atua, encontrará uma quantidade maior ou menor de alunos com patologias do quadril. Tais problemas são extremamente limitantes porque o quadril é essencial para ter movimentos realmente funcionais.

Os atletas costumam ser os que mais compreendem a importância dos movimentos dessa articulação. Com uma amplitude de movimento limitada no quadril, os atletas dificilmente conseguiriam ter um bom desempenho nos seus esportes. Isso vale para qualquer modalidade, mesmo que o quadril pareça pouco envolvido, como futebol, natação ou tênis. Outros esportes dão uma visível importância para essa articulação, como o jiu jitsu, onde o quadril está envolvido em praticamente todos os movimentos.

Mas quem disse que só um atleta ou praticante de artes marciais precisa dessa articulação funcional? Pessoas comuns também usam seus movimentos para suas atividades diárias.

Uma dica: ele está envolvido em atividades aparentemente simples, como caminhar. Você perceberá que seus alunos com dores nessa articulação sentem dificuldade em todas suas atividades diárias. Os idosos, por exemplo, têm problemas até para levantar ou sentar na cadeira.

Para que você entenda um pouco melhor sobre essa região e a bursite que a atinge com tanta frequência, precisamos entender sua anatomia.

Articulação do quadril

A articulação do quadril é formada pela cabeça do fêmur e o acetábulo da pelve. Seu formato é de esfera dentro de uma cápsula, sendo a esfera a cabeça do fêmur.

Em articulações saudáveis existe uma camada de cartilagem separando suas estruturas para proporcionar movimento com menor atrito. Também existem algumas estruturas de estabilização da articulação como os ligamentos. Abaixo da cápsula articular existe a membrana sinovial, que mantém a região lubrificada.

Por fim, chegamos às bursas, a fonte do problema da bursite trocantérica. Existem pequenas bolsas de líquido sinovial entre as estruturas articulares do quadril. Sua intenção é diminuir o atrito e melhorar o deslizamento das estruturas. É comum encontrarmos bursas inflamadas, gerando o quadro da bursite.

Movimentos do quadril

Temos alguns movimentos e graus de liberdade da articulação do quadril:

  • Flexão;
  • Extensão;
  • Abdução;
  • Adução;
  • Rotação interna;
  • Rotação externa;
  • Circundação.

Precisamos lembrar de uma estrutura importantíssima para os movimentos do quadril: a cintura pélvica. Essa estrutura é formada pelos dois ossos ilíacos separados pelo sacro. Sua função é estabilizar os movimentos do quadril, mantendo seu posicionamento ideal para a eficiência dos movimentos.

O que quer dizer que, em alunos com qualquer patologia, lesão ou dor na região também precisaremos analisar também as estruturas da cintura pélvica. Quando a articulação do quadril estiver desequilibrada, toda a cintura pélvica estará. Felizmente, os exercícios que integram as duas partes são bastante comuns no Pilates.

O que é a bursite de quadril?

Chamamos de bursite de quadril qualquer patologia que envolve uma inflamação em uma ou mais bursas da articulação. Boa parte dos quadros de bursite no quadril são relacionados às bursas localizadas próximas ao trocânter maior do fêmur. Por isso, se procurarmos artigos científicos sobre bursite a maioria será sobre bursite trocantérica.

Não se engane, é possível encontrar casos de bursite de quadril onde bursas ao redor do trocânter maior. Você conseguirá determinar com qual caso está trabalhando através de uma boa avaliação e diagnóstico.

A bursite não é um quadro isolado, sempre existe algo que causou a inflamação da bursa anteriormente. Discutiremos um pouco mais sobre isso no tópico a seguir, sobre causas da bursite.

Inicialmente os sintomas da bursite de quadril não são tão limitantes. O aluno pode sentir uma dor ocasional na região lateral da articulação ou dor na palpação. Em alguns casos o incômodo surge após a prática esportiva ou durante a marcha.

Conforme a inflamação progride ele vai aumentando de intensidade, pode até haver irradiação da dor pela parte lateral da coxa. Alguns dos indivíduos afetados começam a mancar durante a marcha ou reclamam de dores fortes nesse tipo de movimento. Outros sintomas comuns incluem dor noturna ou acordar durante a noite devido a dor na lateral do quadril.

Sem o tratamento adequado para a patologia o aluno pode acabar com dor crônica no quadril. Nesse caso teremos ainda mais compensações para corrigir no tratamento de bursite de quadril. Também é possível que as estruturas do quadril sofram desgaste devido ao impacto constante.

Podemos definir que o aluno está com bursite de quadril só considerando o quadro álgico? Não, como existem outras patologias e lesões (como a tendinite) que levam a dores similares você precisará de toda a avaliação.

Como surge a bursite do quadril

Em geral, encontramos muitos alunos que acabaram desenvolvendo bursite de quadril devido a microtraumas repetidos na região. Porém, essa não é a única causa. Lembrem-se de quantas funções essa região assume e das musculaturas que nela atuam.

O quadril utiliza grandes grupos de suporte do corpo como os glúteos e o Core. Sem seus movimentos, não temos funcionalidade. Levando em consideração sua conexão com esses grupos musculares, dá para imaginar que um grande número de compensações pode levar ao surgimento da patologia. Seguem algumas possíveis causas para o surgimento da bursite de quadril:

  • Movimentos repetitivos aliados a desequilíbrios musculares;
  • Fraqueza de glúteo mínimo e/ou médio;
  • Trauma direto na região;
  • Discrepância de membros inferiores;
  • Encurtamento da fáscia lata;
  • Doenças degenerativas do quadril como artrite e osteoartrite;
  • Fibromialgia;
  • Obesidade.

Nenhum desses fatores que citei determina que alguém desenvolverá bursite do quadril ou é a causa da patologia. Vamos para um exemplo, mulheres são o grupo mais afetado, especialmente pelo formato da sua pelve. Mesmo assim, não podemos dizer que todas as mulheres com uma dessas características desenvolverá bursite.

Esses são mais fatores de risco que podemos observar na hora do diagnóstico. Eles indicam bem os desequilíbrios musculares que precisaremos trabalhar durante o tratamento de bursite de quadril.

Diagnóstico da patologia

Para o diagnóstico devemos analisar o quadro álgico, histórico médico do paciente e movimentos funcionais. Muitas vezes o médico também pedirá exames de imagem para confirmar essa patologia, o que não exclui a necessidade de uma avaliação completa.

Durante a avaliação devemos analisar alguns fatores como:

  • Sensibilidade na região;
  • Testar a força das musculaturas que realizam movimentos do quadril;
  • Verificar compensações durante movimentos da marcha;
  • Conferir se não existem outras patologias afetando o quadril.

Tome bastante cuidado com seu aluno. Dependendo da evolução do quadril mesmo movimentos com amplitude pequena e sem força causam dor. Apesar de o ideal ser não causar dor alguma ao aluno, ainda precisamos completar a avaliação.

Em geral, durante a avaliação você perceberá alguns padrões de dor em pacientes com bursite de quadril. É normal apresentarem dor na região lateral do quadril e sensibilidade sobre o trocânter maior, que é aumentada pela rotação externa e abdução.

Também perceba que só o fato da pessoa sentir dor em certos movimentos já é um indicativo de seu quadro. Anote tudo que ela relata durante a avaliação para depois juntar as peças desse quebra cabeças de compensações que se instalou em seu corpo.

Por fim, também é importante avaliar aqueles fatores de risco que mencionei mais acima no texto. Eles podem ajudar a descartar outras patologias ou confirmar a bursite de quadril.

Quando o diagnóstico através da avaliação for ambíguo, o aluno também deverá fazer exames de imagem. O exame pode ser usado tanto para confirmar uma informação em alguma bursa do quadril quanto para eliminar lesões e outras patologias. É bastante normal que o paciente já seja encaminhado para a reabilitação com exames de imagem feitos e um diagnóstico médico.

Isso quer dizer que podemos pular a avaliação física? Mas claro que não! A avaliação ainda é a única capaz de determinar como você consegue tratar esse paciente de maneira eficiente.

Tipos de tratamento de bursite de quadril

Existem duas opções de tratamento de bursite de quadril: o conservador e o cirúrgico. Na maioria dos casos o tratamento conservador é bastante eficiente. Por isso, a cirurgia só é recomendada para quem persiste a apresentar sintomas e limitações através da fisioterapia ou outros métodos conservadores.

Tratamento conservador para bursite

No tratamento conservador usaremos algumas maneiras para aliviar a dor, diminuir a inflamação e também fortalecer musculaturas relacionadas ao quadril. Sempre, em qualquer reabilitação, você começará pelo alívio da dor.

O motivo é simples: dor é a preocupação primária do seu paciente. Ele quer dormir a noite inteira sem acordar com o quadril latejando, andar normalmente, voltar a praticar corrida, brincar com os filhos sem precisar se preocupar com o incômodo. Ela também deve ser a preocupação do profissional do movimento porque ela limita o movimento e, portanto, o tratamento de bursite de quadril.

É simples, enquanto seu paciente sentir dor, ele não vai conseguir fazer os exercícios. Então como consigo trabalhar com ele? Aliviando a dor através de uma variedade de métodos. Podemos usar medicamentos (com cautela), gelo, calor e mobilizações.

Nessa primeira fase você poderá utilizar exercícios que não causem dor e que ajudam a diminuir a inflamação. Também usaremos muita terapia manual, liberação miofascial e alongamentos. Queremos prestar muita atenção desde o início das compensações que pioram o quadro do aluno.

Esse corpo estará com musculaturas de base do corpo encurtadas e pouco ativadas. Você provavelmente perceberá fraqueza em estruturas do Core assim como nos glúteos e, possivelmente, isquiotibiais.

Podemos usar o repouso como uma ferramenta para diminuir o quadro de dor inicialmente. A falta de movimento nunca deve ser indicada como uma solução para o problema. Nós podemos dizer para o aluno descansar por alguns dias até que a dor diminua, mas não que ele não possa fazer esse ou aquele movimento.

Nosso trabalho deve fazer o contrário: incentivar o movimento aos poucos.

Caso a bursite de quadril seja um sintoma relacionado a outra patologia, condição ou lesão, o profissional também precisará fazer o tratamento dessa outra condição.

Tratamento cirúrgico da bursite

Como já falei, só alunos que não respondem bem ao tratamento conservador ou casos muito extremos devem realizar a cirurgia. O procedimento cirúrgico deve ser recomendado pelo médico que acompanha o aluno.

Nosso papel como profissionais do movimento, em especial fisioterapia, será nos momentos antes e depois da cirurgia. Antes do procedimento cirúrgico poderemos orientar o aluno sobre o mesmo e instruí-lo para manter seus movimentos após o procedimento.

Já nas sessões após a cirurgia teremos o papel de:

  1. Aliviar a dor.
  2. Recuperar a amplitude de movimento e/ou evitar que a articulação crie rigidez.

É de extrema importância que o profissional do movimento esteja sempre em contato com o profissional responsável pela cirurgia. O aluno terá diversas limitações que precisam ser respeitadas até seu completo restabelecimento.

Então meu aluno não pode fazer exercícios logo após a cirurgia?

Pode, mas com extremo cuidado para evitarmos dor ou piora do quadro do aluno. Teremos de encontrar um equilíbrio entre exercícios seguros para nosso paciente e também que ajudem na sua reabilitação. Os exercícios também dependem bastante do tipo de cirurgia realizada.

Como tratar bursite de quadril com Fisioterapia e Pilates

Inicialmente seu aluno estará com dor, já vou avisando que dificilmente conseguiremos utilizar exercícios de fortalecimento para membros inferiores. Portanto, toda a primeira fase do tratamento será dedicada à analgesia. É provável que enquanto você trabalha com movimento para essa finalidade, o paciente também tome medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos.

Conforme a dor diminui de intensidade começaremos a introduzir os exercícios de fortalecimento. Só lembre-se que devemos fazer isso de maneira gradual. Os primeiros exercícios devem começar da posição mais estável que temos na Fisioterapia e no Pilates: deitado.

Felizmente, equipamentos de Pilates como o Cadillac tornam nosso trabalho bastante eficiente. O Cadillac, por exemplo, foi especialmente desenhado para que até pacientes com dificuldades de fazer movimentos em pé consigam fazer fortalecimento. Existem inclusive diversos exercícios de Pilates que podemos usar no tratamento.

Nesse primeiro momento de trabalho de fortalecimento o aluno terá dificuldade para realizar exercícios em apoio lateral. Como essa é uma região inflamada, ele sente bastante dor nessa posição, que é inclusive um dos fatores que atrapalham seu sono. Em aula devemos evitar a posição até que a dor esteja controlada. Em casa, o aluno deve ser orientado para encontrar posições mais confortáveis na hora de deitar e melhorar a qualidade de seu sono.

Deveremos investir principalmente no fortalecimento de glúteos, posteriores de coxa, quadríceps e panturrilha. Nossa intenção é recuperar movimentos funcionais de membros inferiores e melhorar as estruturas de estabilização ativa. Assim a pressão exercida sobre a bursa durante os movimentos diminui.

Com a progressão do tratamento, será importante também inserir exercícios funcionais que sejam transferíveis para as atividades cotidianas. Esses movimentos ajudam o paciente a retomar suas atividades, incluindo atividades esportivas, sem medo de dor ou limitação.

Exercícios para o tratamento de bursite de quadril

Podemos separar os exercícios para as seguintes fases do tratamento de bursite de quadril:

  • Fase aguda: o aluno sente dor aguda, limitando muito seus movimentos e atividades do dia-a-dia;
  • Segunda fase ou fase intermediária: já houve uma redução da dor devido aos exercícios e medicamentos aplicados durante a primeira fase;
  • Fase final: nesta fase podemos eliminar a preocupação com dor e começar a trabalhar exercícios integrados que garantam maior estabilidade e mobilidade à articulação do quadril. Também poderemos começar a incluir apoios laterais nas aulas, já que o aluno provavelmente não terá desconfortos.

Exercícios para cada fase

  • Fase aguda: é importante focar mais em exercícios isolados que ajudem a liberar a tensão da cadeia posterior da coxa. Escolha movimentos que exijam pouca movimentação de quadril e ajudem a alinhar as articulações de membros inferiores. Se o aluno apresenta algum desvio, falta ou excesso de mobilidade no tornozelo ou joelhos essa também é a hora de corrigir.

Exercícios de fortalecimento e alongamento de musculaturas de Core também são bastante recomendados para essa primeira fase. O Core possui ligação direta nas musculaturas e movimentos do quadril e muitas vezes está tenso ou fraco. Portanto, precisaremos que essa estrutura tenha um ótimo funcionamento para aliviar a dor do paciente.

  • Segunda fase ou fase intermediária: aqui, teremos um aluno com dor bastante reduzida e pronto para começar com exercícios mais avançados. Agora já poderemos introduzir trabalhos de mobilidade de quadril, essenciais para essa patologia. Um exercício bastante comum e útil no tratamento de bursite de quadril são as pontas e suas variações.

Elas são ótimas para combinar fortalecimento de glúteos e mobilidade de quadril. Você só precisa estar atento para possíveis desalinhamentos de membros inferiores durante o exercício.

  • Fase final: Agora você está trabalhando com um aluno que se livrou da grande dor e desconforto iniciais. Porém, fique sabendo que ele ainda não está pronto para se movimentar com segurança. Precisaremos introduzir exercícios integrados para que o aluno esteja pronto para as atividades diárias. O ideal é que esses exercícios combinem mobilidade e estabilidade de membros inferiores, fortalecimento de musculaturas de base e, obviamente, mobilidade de quadril. Quer uma dica? O agachamento e suas variações é uma ótima opção para essa fase final no tratamento.

Pode parecer muito avançado para um aluno que ainda está no tratamento de bursite de quadril, mas ele tem tudo que precisamos. Você só deve prestar muita atenção na posição do aluno durante o exercício.

Conclusão

Os principais cuidados que devemos tomar são na fase inicial do tratamento. É sempre importante lembrar que estamos trabalhando com um aluno fragilizado e com dor aguda.

Ele terá muitas restrições, especialmente nas posições de apoio lateral. Por isso é comum evitar completamente os exercícios que envolvam este tipo de apoio na primeira fase do tratamento.

Apesar das inúmeras limitações causadas pela dor, é importante lembrar ao paciente que ele não está imóvel para sempre. Quanto mais recomendamos o repouso e mudança nas suas atividades, menos ele se moverá. E sabe qual será o resultado? Musculaturas do Core e membros inferiores enfraquecidas, instabilidade no quadril, mais pressão sobre a bursa é um novo quadro inflamatório. Então queremos que o aluno se mova, mesmo que seja aos poucos no começo.

Você provavelmente terá de lidar com um certo medo para se movimentar vindo desse aluno, o que é completamente compreensível. Imagine alguém que há algumas semanas sente uma dor forte sempre que vai fazer certo movimento. Essa pessoa continuará com medo de se mexer, mesmo que o fisioterapeuta fale que é um bom exercício para ele. Então, trabalhe bem com o psicológico desse aluno para que ele não mantenha seu corpo sem movimento após o fim do tratamento.


























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